terça-feira, 23 de abril de 2013

982 - Soneto sem afeição

Não gosto de você nem te amo. Some!

Não gostar e não amar, diferentes.
Quem não ama tem lá preferências,
Agrados, caprichos e pertinências
Que as fazem vezes mais contentes

Que os amantes ora impertinentes.
Quem não gosta perde essências
E pragueja, conjura maledicências
Desejando o mal a todos os entes.

Quem não ama guarda um gosto,
Pequeno, mas nobre e bem posto;
Verdadeiro ainda que seja discreto.

Quem não gosta quer que exploda,
Como eu, cansado da porra toda,
Não gosto e nem amo este soneto.

Francisco Libânio,
23/04/13, 10:06 PM

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