segunda-feira, 15 de abril de 2013

950 - Soneto à régua e compasso

Eu acho ela perfeita, mas certamente há quem discorde. E também, ela não me acharia...

Quem descreve a mulher perfeita
Mais sonha e sabe que o modelo
Ou não existe ou tão fausto, belo
E perfeito, lógico, nunca o aceita

Uma vez que de pronto despeita
Quem o desenhou e dando o gelo
No criador busca um ser paralelo
Que, sem o bem saber, já o enjeita.

Não é a perfeição que eu imagino!
Explica noutros seu perfeito atino
E perfeição jamais é o que se tece.

Por isso eu, exagerado aqui, falto
Ali e vazio acolá de cara já exalto
A perfeição que a vida me oferece.

Francisco Libânio,
15/04/13, 10:20 PM

Nenhum comentário: