quinta-feira, 31 de outubro de 2013

1254 - Soneto pingado

Sempre vem, e muito bem.

Começa o dia, e, ao trabalho,
Ele dignifica o homem, é fato!
Então a nossa parte no trato
Para receber nosso cascalho.

E saco vazio, se sabe... Atalho
Para ligar tudo é o artesanato
Das padarias. Em uma arremato
O breve desjejum e me valho

De um copinho dos americanos,
Café da manhã dos soberanos,
O pingadinho garante bem o dia.

O que vier depois é bem vindo,
Mas pra começar só me blindo
Com o café com leite da alegria.

Francisco Libânio,
31/10/13, 8:13 AM

1253 - Soneto rememorado

E nunca se sabe quem é.

Para-me na rua e me cumprimenta,
É hora de fazer a cara de paisagem
Caso eu não recorde na bagagem
Quem é. Pois eu vou à fumacenta

Área de amigos de outrora. Atenta
A expressão à conversa e imagem,
Quem é? Usa-se da camaradagem
Para ver qual dica isso acrescenta.

Amigo de escola? Faculdade, não...
Começa a ficar tensa essa situação,
Folhearam-se memórias e a trava

E a curiosidade continuam. Quem
É? Até que me pergunta de alguém...
Aí! Era uma tia e eu não lembrava!

Francisco Libânio,
30/10/13, 7:20 PM

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

1252 - Soneto enviesado

De relance

O problema de todo olhar indireto
É disfarçar para não olhar de frente,
Não dar na cara, achar o eloquente
Motivo para o olhar não ser o reto.

Só se olha de través caso o objeto
Observado seja ou demais atraente
Ou tão feio que na olhada somente
Ou se vira pedra, ou pior, concreto!

Assim, olhar enviesado exige saber,
Exige técnica apurada para parecer
Não a secada que, tão devastadora,

Despe o outro qual fosse estuprá-lo,
Mas queria saber a arte sem o abalo
Para admirar o corpo que vejo agora.

Francisco Libânio,
30/10/13, 12:11 PM

1251 - Soneto abalonado

Não, isso não é bonito. Exagero demais.

Por um lado os caídos são vilões,
A natureza pura fica com cara feia,
Homarada quer a coisa bem cheia
E fica apaixonada com os peitões

Fartos e tendo todas as atenções
Pra eles. A dona vem e senhoreia
O lugar. Chegou a deusa, a sereia
E os seios ganham mil impressões,

Mas cuidado aí. Olha e vê direito,
Não parece o jeito natural de peito,
Tem caroço e borracha no angu.

Ah, silicone, agora barato e moda,
É nele que o mulherio se acomoda
Para dar um up falso em seu nu.

Francisco Libânio,
30/10/13, 8:12 AM

terça-feira, 29 de outubro de 2013

1250 - Soneto tanto caído

Tem beleza e não é pouca.

Porque hoje ou se olha pra cima
Ou corre geral e só dá esculacho,
E geral vai, sem aquietar o facho,
Partir direto à maior pantomima.

Parece que perde algo do clima
Ver que se olha para o capacho
Enquanto é gosto para o macho
O olhar altivo e com autoestima.

Falo do olhar ou da disposição?
Não, falo dos peitos, da posição
Que vai agradar qualquer bagual.

Desse poeta, que gosta do tema,
Caimento em nada soa problema,
Tem até o atrativo em ser natural.

Francisco Libânio,
29/10/13, 8:20 PM

1249 - Soneto pícaro

Ilustração de um homem pícaro: Esta. Pronto pra putaria.

A Língua Portuguesa tem expressões
Que um poeta como eu não permite
Deixar passar. São o melhor convite
Para as mais irreverentes criações.

Pego a palavra pícaro. Significações
No dicionário são mil, nada ao limite
Do suposto malicioso. Que se digite,
Pois, uma para aditar às más lições.

Pícaro é astuto, ardiloso e vigarista
Como é esperto, fino, sagaz. Insista
Na criatividade que logo nos vem

Uma chula. Pícaro, homem dotado,
Que deixa o mulherio apaixonado,
E isso o deixa mais pícaro também.

Francisco Libânio,
29/10/13, 8:50 AM

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

1248 - Soneto antiecológico

Coisa ridícula caçar vaga-lumes!

Pensa caçar mais de um milhão
De vaga-lumes por aí. O trabalho,
O estrago, tremendo enxovalho
Na natureza. Daria a escuridão?

Nem tanto, mas tal devastação
É estúpida e daria aquele galho
Além de ser a burrice do caralho,
Um genocídio sem ter intenção.

Se quer ver sorrir, conta piada,
Lembra uma história engraçada,
Para sorriso tanta coisa se faz,

Mas para com putaria de caça,
Deixa de lado essa puta arruaça,
Cala essa boca e deixa em paz!

Francisco Libânio,
28/10/13, 12:12 PM

1247 - Soneto do dia de todas as cores

O branco que trabalhava...

Diz-se segunda ser dia de branco.
Uma bobagem maior não foi dita,
Como se negro não tive a marmita
Fria e dia sem nenhum solavanco.

Olha-se o passado, vê-se o franco
Ócio do senhor enquanto a desdita
Do negro frente à jornada irrestrita
Com direito a tronco como a tranco.

Aí a segunda, o dia em que o suor
Substitui o dominical e doce sabor
Louva a casa grande e a senzala

Que só conhece segundas é nada!
Segunda é dia de começar jornada
E, fora a cor, com ela não se abala.

Francisco Libânio,
28/10/13, 8:28 AM

sábado, 26 de outubro de 2013

1246 - Soneto amor-daçado

Um dia de cada vez... Livre.

Pra falar mais de amor, seria preciso amar,
Ter a pessoa ao lado e dividir momentos,
Precisava sorrir sem criar tantos inventos
Emocionais e piegas a coisa de ser um lar,

Família feliz, ter um filho e ajuda-lo a voar,
O amor é o mais nobre dos sentimentos?
Concordo, mas amem e estejam isentos
Dos sentimentalismos e de todo o lugar

Comum dos apaixonados deslumbrados,
Amem e cuidem-se. Olhem para os lados,
Olhem, sobretudo e sempre para frente.

Amarrem o amor que ao estar bem atado,
Ele estará livre, será bônus e não enfado
Bem como será verdadeiro principalmente.

Francisco Libânio,
26/10/13, 1:34 PM

1245 - Soneto do impróprio instante

Impróprio.

Corriam as exéquias, jazia o morto
E brotavam lembranças no velório.
O de cujus mereceu tal aclamatório
E tanto confete que, neles absorto,

O povo nem viu, entre o conforto,
O púlpito dado a um ali aleatório
Que resolveu, diante de auditório,
Pilheriar de jeito tão torpe e torto

E ser tão chulo e tão deselegante
Que duas piadas foram o bastante.
Tosaram-lhe tanto ânimo e alegria

E ao invés de um foi duplo funeral,
Já que se cria piadista sensacional
Terá o morto por eterna companhia.

Francisco Libânio,
26/10/13, 12:42 PM

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

1244 - Soneto assim, apaixonado

O negócio é não ser maior que a gente.

Será que por se esquivar do amor,
O poeta, em fase rústica, não sente,
Não ama e se armou tão abstinente
Desse sentimento que acha melhor,

Espancá-lo em versos e tirar a cor
Das paixões róseas por somente
Esconder algo? Estará ele carente
De um par de quem possa dispor

Todo carinho e dar afeto sem fim,
Sem cessar e deixar o lado ruim
Da vida, esse amargor destrutivo?

Aviso, eu não perdi a capacidade
De amar, só me deixei à vontade
Para não ser do amor mero cativo.

Francisco Libânio,
25/10/13, 12:03 PM

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

1243 - Soneto lítero-preferencial

Sábio conselho

Mais livros que sapatos,
For o inventário que tiver
Em seu quarto a mulher,
Essa merece bons tratos,

Dedicação e imediatos
Dotes para se envolver
Sério, casar, ter prazer
E amores sexo-literatos.

Uma moça assim já tem
Tudo que me faria bem.
É a felicidade completa.

E se tiver muita massa
E da cor negra a graça,
Será musa desse poeta.

Francisco Libânio,
24/10/13, 5:52 PM

1242 - Soneto inverso ao amor

se fosse assim sempre, seria maravilhoso!

Afinal amar não é defeito nem falta
De caráter nem devia ser falsidade,
Amar talvez devesse ser identidade
De uma idílica realidade que assalta

O dia-a-dia. Devia ser a mais peralta
Brincadeira e a mais séria atividade
Praticadas do início da humanidade,
Mas quê? O sujeito hoje mais exalta

O amor se nesse amor rolar putaria,
E ontem amava quem nunca amaria
Só para sair bem na foto e dar pose

De bom rapaz. Aqui registro o horror
Sendo frontalmente contra o tal amor
Sem amor e cheia de suja simbiose.

Francisco Libânio,
24/10/13, 5:03 PM

1241 - Soneto amor-sedento

O que é bom, mas só se for sincero.

Sede de amor, tenho, mas é menos
Do que acham os que dizem poetas
Serem apaixonados ou puro estetas
Do sentimento. Eu tenho uns acenos

De amor uns instantes mais amenos
De romantismo, quando se dá setas:
Quero te amar e usa palavras diretas
Por esses aparentes lindos terrenos,

Mas aí o amor dá na sua cara, e forte!
Some o romance e perde-se o norte,
Aí se desfaz em verso, enche o saco.

Aí a sede do amor, só com a bebida,
Mas eu não bebo e só a faço vencida
Quando um amor expresso destaco.

Francisco Libânio,
24/10/13, 9:31 AM

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

1240 - Soneto do abraço diferente

Não quero outro nunca mais.

Esses que sonham abraçar uma miss,
Uma deusa nórdica, modelo de breja,
BBB, paniquete, uma dessas que seja,
Ou até uma musa que brinca de atriz,

Eu vos digo que até mesmo eu já quis
O abraço de mulher assim, benfazeja
Aos olhos, fantasiei até estar à igreja
Com a minha musa e a gente ser feliz.

Um dia, abracei a moça que não era,
Assim, uma dessas, mas uma esfera,
Redondinha e com carne a ter fartura.

Nunca mais quis outra. E se dificulta
O abraço toda a massa que ali avulta,
Compensa-se isso tudo na gostosura.

Francisco Libânio,
23/10/13, 7:12 PM

1239 - Soneto que achou a beleza

É o que há de melhor.

Gordinhas são mais sexies ou mais
Bonitas? Não digo isso, generalizo,
Dou por unânime, mas num preciso
Caso, o excesso traz prazeres tais

Que, admito, as musas esculturais
Ou até imitam bem num improviso
Ou são incapazes de forjar paraíso
A dois. A beleza da mídia é demais,

Não nego, há as deusas do Olimpo
Entre as tais musas, basta garimpo
Que uma se destaca entre as tantas.

Mas as cheinhas, nelas há a forma
Renascentista a violar a vazia norma
E um charme extra sob as mantas.

Francisco Libânio,
23/10/13, 2:59 PM

1238 - Soneto anti-consumista

Nunca curti nem cerveja nem axé. Eu passo.

Eu gosto de gordas e gosto de pretas,
A gostosice da garota da propaganda
De biquíni na televisão ou na quitanda
Com corpos perfeitos quase de atletas

Sexuais, delas eu nem tiro as etiquetas,
São iguais demais, a mídia de lá manda:
Loira, esbelta e siliconada, a demanda
Pede assim, e danem-se outras facetas,

Outros gostos. Mulher gorda não vende,
Já a negra não representa nem apreende
O público alvo, o potencial consumidor.

Por isso propaganda alguma me ganha.
Este poeta de sabida e diferente sanha,
Por isso, de cerveja não sabe um sabor.

Francisco Libânio,
23/10/13, 8:28 AM

terça-feira, 22 de outubro de 2013

1237 - Soneto classificativo

Você faz o que você lê e o que você lê faz você.
Para Carlos Castelo

Há dois tipos de livros, diz Castelo,
Uns que são prolixos e uns pro lixo.
E cada qual dá a seu próprio nicho
O que ele pedir de melhor e de belo,

Um quer ser insultado, vai recebê-lo,
Outro quer ser induzido ao capricho
Da grã-inteligência, tem o cochicho
De outros e deles ganhará esse zelo.

Castelo tem razão, eu concordo, sim,
Livro e leitor se classifica bem assim
Mas ambos endossam a classificação.

Leitores fazem um livro lixo sucesso
Como o prolixo vira o mero adereço
De quem se fia em querer erudição.

Francisco Libânio,
22/10/13, 12:24 PM

1236 - Soneto partilhado

Agora você sabe onde é. Mais que isso, leia.

Do petróleo, de Libras e do pré-sal?
Sei tão pouco, pouco vale opinião,
Falta embasamento e certa noção
Para um palpite, ao menos, racional,

Mas vejo aí uma porradaria verbal!
Morte à Dilma e não à privatização,
Mas fala mais entoando repetição
Que com a própria cabeça. É pau

Sem saber bem o que é a partilha
E a privatização. Tome ler cartilha
Da mídia que fala o que não sabe,

Reproduz o que bem lhe interessa,
Inventa a qualquer falsa promessa
E quem a admira que muito babe.

Francisco Libânio,
22/10/13, 8:44 AM

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

1235 - Soneto sub-real

Por que não posso sonhar em ter um mulherão?

Prender-se à realidade, ser pragmático,
O que é, é e o que não, não é e pronto!
Ou se faz assim ou logo me desaponto
Com um belo infortúnio psicossomático.

A realidade ordena que se seja prático,
Que não se faça da sua vida um conto,
Uma poesia.  A vida não dá desconto,
E desafiá-la é tomar no cu automático.

Talvez por isso, eu prefira a fantasiosa
Hora em que me vejo com uma gostosa,
Para me fazer companhia e dar prazer.

É uma realidade rasteira, circunstancial
Mas que nos minutos me afasta do mal
E a imaginação me basta para entreter.

Francisco Libânio,
21/10/13, 7:23 PM

1234 - Soneto cinófilo

Já pensou fazer isso pra resgatar crianças escravas?

Salvar cachorros de pesquisa é legal,
É nobre, merece a atenção e a palma
De quem, franciscano com toda alma,
Não quer tortura para nenhum animal.

Mas aquela atitude, fantástica e ilegal,
Instantaneamente e fácil se desalma
Fazendo o dito herói perder a calma
Se vir uma criança pobre a estar mal,

A pedir comida, pois está com fome,
Querendo sair do vício que consome
Sua infância ou uma nesga de carinho.

O tal franciscano não nada, e a xinga,
Amaldiçoa. Tal bondade não respinga
Na miséria humana, só no cachorrinho.

Francisco Libânio,
21/10/13, 12;08 PM

sábado, 19 de outubro de 2013

1233 - Soneto róseo

Porque são muito mais que meras decorações para os machistas. Vale a pena cuidar e se prevenir sempre.

Em outubro tudo se pinta rosa,
O combate ao câncer de mama
Vem à baila e acentua a chama
De nobreza e é muito dadivosa

A iniciativa, mas aí, todo prosa,
Um gaiato aproveita e já clama:
Mostrem os peitos, da mucama
À madame! É atitude corajosa,

Apalpem às vistas para a nobre
Causa. Não deixem nada sobre
Eles, ponham essa peitaria a nu!

Uma moça, a tal vadio membro,
Diz: mês da próstata, novembro,
Vem. Pois, enfie o dedo no cu!

Francisco Libânio,
19/10/13, 7:44 PM

1232 - Soneto pelo centenário de Vinicius

Eterno!

Poetinha, não fossem teus sonetos,
Tenho certeza, eu seria incompleto,
Faltaria aquele toquezinho de afeto
E meus versos ficariam aos guetos,

À sujeira e ao sabor só dos dejetos
Do Mattoso, o outro autor que meto
A imitar quando via quarteto, terceto
E rima em poemas simples e diretos.

Mas tu, com todo esse romantismo,
Colocou no mattosiano o tal lirismo
Que refreia o chulismo desbaratado,

Então, Poetinha, aqui esse diminutivo,
Eu o tiro. É Poetaço e no dia festivo
Pelos cem, eu digo aqui um obrigado.

Francisco Libânio,
19/10/13, 3:48 PM

1231 - Soneto bravateiro

Porque perfeito só o Davi de Michelangelo. Não fala besteira e tem corpo escultural.

Querer fugir de si, que aventura!
Ser quem não se é, ser o avatar,
O cara da foto, o foda a arrasar
Multidões, aquele a quem a dura

Vida não aflige e o bem perdura,
O bom da oficina, o chefe do lar,
Querido entre amigos e lá no bar
Ser camarada e deixar a pendura

Por ser bacana, É legar ser assim,
Júbilo e alegria a não ter mais fim
E não eu, sujeito mais desditoso.

Só que aquele lá tem um defeito,
Um só, e um feio e dos sem jeito,
Ele é tudo e um baita mentiroso.

Francisco Libânio,
19/10/13, 12:10 PM

1230 - Soneto rabugento

Vê se eu to com paciência, porra!

Simpatia, eu bem que queria tê-la,
Sorrir gratuitamente, bancar o tal
Sujeito agradável, uma cara legal,
Meter o sorriso no rosto, dar trela

Para as chaturas e papo daquela
Gente cheia de pose de maioral,
Papos cabulosos, papo canibal,
Ter simpatia e aí desenvolvê-la,

Em ares tão inóspitos à simpatia,
Mas que acha vida em tão vazia
Natureza, árida como não se viu.

Não consigo. É rápida sua perda,
E alguns eu mando fácil à merda
E o resto, que vá à puta que pariu.

Francisco Libânio,
19/10/13, 9:22 AM

1229 - Soneto sob influência de Tulipa e Ana

Ana Cañas, adoro essa menina!

E quando dizem que a nova MPB
Não existe, estagnou, um muxoxo
Dou. É um comentário lá de coxo
Que quem não olha ao lado crê

Fácil, mas quem para, ouve e vê
Além do dial radiofônico chocho
Foge desse lugar-comum mocho
E procura por aí onde está, cadê

A nova MPB e acha a Tulipa Ruiz,
Curte a Ana Cañas, a linda petiz
Da música brasileira. Escancara

A realidade que não vê o médio,
O que prefere criticar esse tédio
E não nota: Coisa boa não é rara.

Francisco Libânio,
18/10/13, 11:49 AM

1228 - Soneto sob influência de Ana Carolina

Ana Carolina é maravilhosa!

Vieram Ângela e Cassia já assumidas
Pondo no palco uma nova identidade,
Mostrando que viria a outra realidade
E foram bem receptivas as acolhidas.

Suas ideias de fácil foram absorvidas,
Só não por aqueles de mediocridade
Destacada e independente de idade,
Os outros seguiram bem suas vidas,

Veio Ana e mudou. Disse bissexual,
Curte os dois, e daí? Qual é o mal?
Deixa pra lá, vamos ouvir a cantora,

Curtir a interpretação, apreciar a voz,
Deixemos de lado a ignorância atroz
Que liga sexo a talento. Vá embora.

Francisco Libânio,
04/10/13, 12:35 PM

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

1227 - Soneto sob influência de Marisa

Ela é maravilhosa!

Menina talentosa, influências as melhores,
Amiga dos Titãs e um começo fenomenal,
Letra do Arnaldo ou do Nando, nada mal,
A mocinha merece ter todos os louvores.

Depois vieram discos de variadas cores
Verde, amarelo, anil, rosa, carvão e tal
Mistura envolve sons e até algo sem sal
Um lance tribalista, não dá os amores

Dela sozinha, agora mulher, mas talento
Ainda está lá. Ela arrasa no instrumento,
Canta bem. Há ainda um bom horizonte

Para essa moça que merece todo elogio
E que escuto feliz por horas e horas a fio,
Essa é a maravilhosíssima Marisa Monte.

Francisco Libânio,
03/10/03, 7:52 PM

1226 - Soneto sob influência de Cassia

Faz falta.

Cassia destilou com malandragem
Só dela o que Ângela já começara,
Música boa não invade essa seara
Do sexo. Estúpidos os que agem

Vendo além da música a imagem,
Com quem se dorme e não separa
Arte e vida pessoal. É a mais clara
Mostra de burrice e de viadagem.

Cassia não estava nem aí, Melhor!
A cantora seguiu sendo lá a maior
Da década e seguiu até ela morrer.

Sobre a viadagem e o preconceito?
Ela vivia com a esposa e de seu jeito
Mandava quem era contra se foder.

Francisco Libânio,
03/10/13, 10:55 AM

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

1225 - Soneto sob influência de Rita Lee

Titia é maravilhosa.

Evoé à nossa primeira roqueira,
Brinde à ovelha negra do Brasil.
Rita merece tudo, louvações mil
Sendo ícone da música brasileira.

Do puro lirismo à maior doideira,
Ela faz de um a outra com o ardil
Experiente e alma sempre juvenil,
Por isso, nesse estilo é a primeira

Ou a única. Porque ela é inimitável,
Inspiradora em sua carreira mutável
Hoje inspirada pelo Arnaldo Jabor,

Ontem sendo dama do nosso rock,
Mas sem perder o grande enfoque
No que a Rita sabe fazer de melhor.

Francisco Libânio,
02/10/13, 7:22 PM

1224 - Soneto sob influência de Ângela Rô Rô

E nova ela não era de se jogar fora.

Falam das cantoras masculinizadas,
Que são mais homem que mulher,
Sapatas que enojam a quem quer
Uma gata que cante e de arrumadas

Formas de serem vistas, admiradas.
Ângela foi a primeira a subverter
Essa regra. Ame quem aprouver
Sem dar vez às vozes recalcadas.

E que hino Amor Meu Grande Amor!
Ama-se sem sexo, distinção ou cor
E dá um tom de blues nessa canção.

Ângela é sapata? Que seja sapata,
Orientação sexual diversa não mata,
Mas dá à música toda a emoção.

Francisco Libânio,
02/10/13, 12:34 PM