quinta-feira, 26 de abril de 2012

Soneto ao pé do ouvido


Ela, naquele dom que é feminino,
Pergunta ao amado se ele a ama,
E ele, óbvio, responde à sua dama
Que sim, o que é claro e cristalino

Eis que ela, a arrancar dele um fino
Ato romântico pede: Pois clama
Ao mundo esse amor! Vai e exclama,
Entoa, trina, espalha, soa qual sino

Ao mundo este amor que tu sentes!
Ele escolhe, pois, palavras envolventes,
Juras de amor e as sussurra ao fundo

Do ouvido dela, que pede o motivo
Do sussurro e ele responde, bem vivo,
Que não há gritar se ela é seu mundo.

Francisco Libânio,
26/04/12, 10:22 AM

quarta-feira, 25 de abril de 2012

0127 – Soneto direto para uma indireta 02



Mas sabes o que é, de verdade, tua indireta?
Uma pequena, inútil e atípica bomba atômica
Que pode falhar, o que a faria demais cômica
E de ti, criador, entre os patetas o grão pateta

Mas se ela explode, digo-te, a explosão afeta
Mil à esquerda e à direita de forma randômica,
Impensada e cretina, destruição super sônica
Que o fim de caras relações impõe e decreta,

Pois tuas palavras podem achar desdito eco
Em quem nada tinha contra ti, um golpe seco
Num inocente e enquanto achas que ribomba

Tua grande indireta no alvo, descobres tarde:
Ele é imune a esse tipo de ataque covarde
Ou nem estava por perto ao cair da bomba.

Francisco Libânio,
25/04/12, 2:52 PM

0126 - Soneto direto para uma indireta 01

Que tuas palavras ditas indiretamente
Acertem em cheio teu alvo planejado,
Firam, estraguem e o deixem abalroado

E que esta avaria te deixe contente,

Mas – conselho – disfarça decentemente
O alvo que queres, pois se der errado,
E quase sempre dá, o que é cravejado
Mandará contra ti ataque igual potente

E ele não usará deste mesmo artifício
Que usaste, a covardia, mas do início
Saberão por teu inimigo nome e rosto

Teus, ele não ocultará, fará boa questão
De te apresentar ao mundo e à oposição
E te fará odiado tendo nisso grande gosto.

Francisco Libânio, 
25/04/12, 2:07 PM