quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Hai-kai de alguma esperança


Pode ser que o futuro traga algo bom qualquer,
Claro, desde que se acredite nisso
Sem perder de vista que só pode ser.

Francisco Libânio,
11/11/10, 5: 13 PM

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

81 - Amor que não me canso de exclamar,


Amor que não me canso de exclamar,
Por que não me ajudas quando chamo?
Ou és surdo quando teu nome clamo
Ou me ouves e não queres me ajudar

Sei que eu não sou o melhor praticante
Da tua arte fácil de aprender na teoria
E difícil quando se exige nela maestria,
Sei bem que não sou bom o bastante

Mas a mim, Amor, dá ouvido e amparo,
Põe-me ao menos aprendiz em teus jogos
Mostra-me como se deve amar alguém

Porque amo e isso eu me sei muito bem,
Se isso for um começo, ouve meus rogos
E faz-me amante com engenho e preparo.

Francisco Libânio,
08/11/10, 7:16 PM

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Soneto de química


Corpo a corpo, peças complementares,
Formamos um encaixe pra lá de perfeito,
Um modus-operandi ideal sem defeito,
Tudo é perfeição desde as preliminares

Somos a química exata, causa e efeito,
Conhecemos nossos tatos e paladares,
Completamo-nos todos nossos lugares
E só nós sabemos um do outro o jeito

Nossos encontros são delírio na certa,
Para mim sua porta está sempre aberta
Para ti, minha resposta sempre será sim

E mesmo com esse prazer sem ter fim,
Por que depois me falta algo a compor?
Por que chamamos isso de fazer amor?

Francisco Libânio,
08/11/10, 5:06 PM

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desespero


Foi no desespero que falei as coisas pesadas
Que feriram de morte teu coração
Hoje, quando eu devia estar calmo e tranqüilo
Há mais desespero e mais tensão
Porque as palavras foram facas muito afiadas
Que assustaram, causaram aversão
Hoje em meu desespero, também eu me mutilo
Para, igual a ti, recorrer ao teu perdão.

Francisco Libânio,
08/11/10, 11:20 PM

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Terra Molhada


Pra quem mora no interior, mesmo numa cidade grande como é Prudente, tem certas coisas que marcam. Ok, este cronista nunca viveu no campo, mas como quase todas as pessoas da cidade (pelo menos, os de sua geração), ele já passou, pelo menos um dia, fora da cidade em contato com a terra. E isso é muito nostálgico.

O dia hoje está abafado, há um branco no céu que induz a chuva e é o que se espera. Primeiro para refrescar o dia quente, mas também para que a água caia no jardim da casa e deixe vir do chão o delicioso cheiro de terra molhada, cheiro que lembra a infância do cronista. Cheiro que desperta a pueril vontade de tomar banho na chuva, deixar que essa água gratuita inunde uma alma citadina demais e faça florescer lembranças de um tempo bom. Por enquanto, tudo o que temos é calor, mas a chuva é possível. E que venha. Ando precisando demais disso.

Francisco Libânio,

05/11/10, 10:16 AM