Um dia pensei que ser poeta
fosse pegar palavras e rimar.
Rimei duas. Certo. A continuar,
rimei mais. A cada rima correta
um passo, mas era de estranhar
que a estrofe rimada assim, reta,
não era uma poesia, mas a abjeta
pretensão de quem quis cantar
sem ter em si qualquer emoção.
Rimado, mas sem algum sentimento,
Frases que eram levadas pelo vento.
Até que o dei pra ouvir o coração,
pensar com amor e viver com alegria
e desde então fui escrevendo poesia.
Francisco Libânio
Admiro as mulheres que se dizem independentes, solteiras, conscientes e resolvidas. Elas seriam – e são – ótimas mães – de si mesmas, e cuidam das melhores filhas que poderiam ter, que são elas mesmas. E ganham presentes de dia das mães todos os dias.
Conversar com um caboclo nordestino é quase se confrontar com outra língua. Mas, e daí? Não vivemos num mundo em que ser bilíngüe é, mais que uma obrigação, uma imposição? Sejamos bilíngües num mesmo idioma. Francisco Libânio, 27/02/10, 8:25 AM
É mais ou menos por aí... A coisa virou pelo avesso De um tanto que o sonho que se sonhava junto E era realidade, hoje é vendido pelo melhor preço. Francisco Libânio, 25/02/10, 11:56 AM
Um leão e um homem discutiam pela estrada Qual deles era mais forte e pleno de nobreza, O leão, rei dos animais, valia-se de sua realeza, O homem, do cérebro e da inteligência dotada
Até que viram uma rocha e nela toda ilustrada Homens subjugando leões com tanta destreza Que o homem disse: Vê! É da nossa natureza Ser mais fortes que os leões! Este, numa risada,
Respondeu: Deem aos leões o engenho e a arte De desenhar e de esculpir rochas e, destarte, Verás quantos homens serão mortos por leões
Assim age o soberbo em sua arrogância vazia: Do alto desta tanto conta, tanto se vangloria Que fica mudo quando é exposto aos senões. Francisco Libânio, 18/02/10, 11:11 AM
Penso nos argonautas de outrora A desbravar de peito aberto os mares, Consigo apenas aparatos rudimentares, A fé em Deus e só. Iam-se embora
Contra lendas, contra uma opressora Vontade de não ter ido, saudade dos lares, E eles encontravam a morte ou lugares Óbvios para nós em nosso calmo agora
Penso nesses bravos argonautas... Loucura Ou certeza cega eram os únicos guias A levá-los a arriscar-se em tal aventura
Assim é nossa vida. Oceano onde a nau Guiada por nós enfrenta suas maresias, Tomemos dos nautas essa boa moral. Francisco Libânio, 18/09/09, 11:01 PM
Ela já sabia que vinha coisa feia por aí. Quando o marido a chamava pelo nome era sinal que o dia ia ser longo.
- O que significa isso? – Ele quis saber.
- Amor, não é o que você está pensando.
- Então me explique porque seus vestidos estão assim rasgados? E logo os dois que eu mais gosto!
- Meu bem, foi um acidente...
- Acidente?! – Ele não se conformava – Acidente?! Ontem foi sua calcinha, a quarta nesse mês; semana passada a sua camisola e agora seus vestidos? E justo aqueles com os quais você ficava mais linda? Desculpa, Sônia, isso não pode continuar. Eu já fui tolerante, já fui compreensivo, já passei até pela fase da compaixão. Eu sei que você precisava de fazer isso porque era uma necessidade sua a de ajudar o próximo! Mas assim não dá pra continuar.
Ela tentou, mas não conseguiu conter o choro. Ele estava transtornado com aquela situação, mas não lhe tirava um fiapo de razão. Certo, certo, que as roupas menores e a camisola fossem rasgadas, despedaçadas, mordidas, arranhadas, ele transigiria porque são substituíveis, mas aqueles vestidos rasgados daquela forma... Não dava nem pra inventar uma desculpa pra poder se safar ou quem quer que fosse. O vestido azul ele deu de presente de dez anos de casamento, o vermelho colante que realçava as belas formas da esposa, era jóia daquele armário. Ela sabia cada pormenor da história dele. Que quando ele estava numa viagem de negócios a Buenos Aires, andando pela Recoleta viu aquele vestido numa vitrine e, de cara o imaginou vestindo sua linda mulherzinha. E nem que tivesse que voltar da Argentina a pé, compraria aquele vestido. E agora estava ele lá com um rombo inconsertável e muito bem disfarçado pra que ele não visse. E pior... A mulher foi cúmplice nesse crime. Ele saiu do quarto sem dizer mais palavra enquanto ela tentava se recompor.
Passaram-se uns vinte minutos, ele estava assistindo TV quando ela chegou com a feição totalmente mudada. Chamou-o para o mesmo quarto e apontou:
- Eduardo, que manchas são essas?
Ele ficou branco. Não sabia como tinha deixado passar aquelas manchas na camisa. Deus do céu. Sua camisa predileta. A primeira coisa que lhe veio a cabeça foram as pessoas olhando para ele na rua com caras abismadas. Aquelas manchas nas costas para quem quisesse ver...Onde já se viu um pai de família, cidadão responsável andar com uma camisa naquele estado? Ele pensou, pensou e voltou para a mulher em tom acusador:
- Isso tem a mesma causa dos seus vestidos rasgados!
- Não me venha com essa conversa, Eduardo! Você sabe muito bem que não tem nada a ver uma coisa com a outra!
Acuado pela desconfiança da mulher, Eduardo sacou de uma gaveta outras camisas, camisetas, bermudas com manchas iguais piores, quando não rasgadas e meladas.
- Está vendo isso? Sabe desde quando essa rouparia toda está assim? Desde quando eu vi suas calcinhas esfarrapadas do nada. Eu estou guardando isso, tentando ser maior que isso tudo, mas não dá. E você agora vai fazer o quê? Como vai se defender nessa situação. Sinto muito, Sônia, mas acho que estamos caminhando para o fim.
Ela chorou copiosamente. Não acreditava que a situação chegasse àquele nível. Os dois brigando por conta de roupas manchadas e rasgadas. Logo eles, um casal maduro quase se matando. Ela não podia deixar isso assim e foi ter com ele na sala:
- Eduardo, você acha mesmo que estamos indo para o fim?
- Acho, Sônia... Sabe, não dá mais pra continuar assim. Vamos sempre ser incomodados por nossas roupas destruídas. E sabemos que a tendência é piorar.
- Mas, Eduardo, e as crianças?
- Elas irão entender, Sônia. É muito melhor tomarmos essa decisão dura. Não vamos conseguir esconder delas o óbvio. E outra, vai doer, mas eles vão aceitar e vão nos dar razão. Se não hoje, um dia.
Doeu no coração da esposa, mas ele tinha razão. No dia seguinte, demitiram Janete, a lavadeira de confiança da família, xodó dos filhos, mas que andava relaxada no serviço há tempos. Mas rei morto, rei posto e Nair começou ontem a lavar roupas na casa.
Se do alto da tua altura vertiginosa Existisses, realmente, no mundo fático, Tua beleza esguia selvagem e celeste Seria comparável a de uma rosa Silvestre e rara. De linda por plástico Te dariam e pela tua índole agreste Quantos não fariam para ter domada Uma beleza com a qual não se faria nada?
Francisco Libânio, 17/02/10, 12:02 AM
Comentário do poeta – Algo meio bobo sobre a protagonista do tal filme Avatar. A personagem tem uma beleza marcante emprestada pela bela atriz que a interpretou e temperada pela imaginação do Cameroon e pelos retoques do computador.
Não faço mais promessas pro dia de amanhã, Não lamento os tropeços do dia de hoje Nem olho o dia de ontem com saudade, Pois se isso da vida ser aprendizado for verdade Não quero meus olhos olhando o longe, Contento-me em aprender na próxima manhã Francisco Libânio, 16/02/10, 12:33 AM
Desapaixona-me de ti agora que conseguiste Fazer de mim fortaleza tomada por teu amor, Agora que estou incendiado por este teu ardor E enquanto luto com este teu olhar que insiste
Em me fazer mais refém de ti, dar mais ainda Domínio a mim que por ti já estou dominado, Desapaixona-me agora que me tens ao lado, Agora que meu corpo ao teu bebe e te brinda
E pede para ser desapaixonado de ti, e logo, Desapaixona-me, apaga em mim este fogo Que, desde a tua paixão, tanto calor me traz
Desapaixona-me e me faz te amar. É o que espero. Dá esta mulher pela qual apaixonei e que quero Junto a mim e que não quero desamar jamais. Francisco Libânio, 12/02/10, 8:47 PM
O que dizem dos amores de carnaval Não viverem após chegar a quarta-feira De Cinzas ou é mentira ou é brincadeira De mau gosto de algum folião de mal
Com a vida, com o amor ou com sem igual Rancor depois de ter brincado a festa inteira De amar uma folia por dia de forma brejeira E, nas Cinzas, ganhar delas um uníssono tchau
Aí elas são más, são mulheres descartáveis, Ora, meu caro, carnaval é um tempo qualquer Em que se pode brotar o amor, mas só um,
Que pede cuidados sérios e regras invioláveis E, que seguidas irá pelo carnaval brincar e viver Além da quarta feira sem acabar de modo algum. Francisco Libânio, 14/02/10, 11:52 PM
Aquele casal, via-se pelos sorrisos e pela efusão, era recém formado. Há exato quarenta minutos, quando ele do alto do seu carinho e depois de muito analisar e ponderar os prós e os contras do namoro, essa experiência válida para o que pode ser a vida conjugal, encheu o peito e numa praça com pássaros fez o pedido formal para consolidar o que já existia de fato, mas não de direito:
- Denise, namora comigo?
A resposta da Denise em questão foi um singelo sim. A partir dele, o par, agora casal de fato diante de amigos e das famílias, instituía-se como a mais nova célula parceira no mundo. Enquanto você lê esta crônica, alguns sins são dados, uns nãos também, mas no caso específico de Denise e de Marco, o nome do requerente do namoro, o pedido restou frutífero e estava naquele momento em seu primeiro programa oficial juntos: Um suco com petiscos num restaurante consagrado da Gurgel. O namoro parece ter esfriado as coisas, pois já sabiam tudo um do outro. Na verdade, mais ele sabia dela do que o contrário. Mas as mãos dadas e os aviõezinhos com batatas fritas mostravam que o enlace era promissor, pelo menos para aquele dia. O problema era o assunto. Foi quando Denise resolveu abrir um tema qualquer pescado a esmo:
- Marco, me fala sobre as minhas nobres colegas.
Ele não entendeu. Nobres colegas? Ele conhecia as duas melhores amigas dela, achava uma muito bonita e a outra muito chata, mas para a eficácia do futuro namoro nunca comentou. Agora... Colega? Como assim? Ela percebeu a dúvida e explicou:
- Quero saber algo sobre as nobres mulheres que ocuparam meu posto antes de mim, sabe? Aquelas que um dia você chamou de namoradas e te chamaram de meu amor.
Agora a coisa estava clara. Mas perigosa. A impressão que ele teve foi que ela abriu uma porta com um tapete de “Seja bem vindo” cobrindo um fosso de crocodilos. Uma mulher querendo saber sobre as outras? O que dizer sem despertar raiva, desconfiança ou ciúmes de sua nova namorada? Ele começou:
- Antes de você, tive a Anita, a Bárbara, a Bruna, a Camila, a Cecília e a Dani. – era engraçado a lista em ordem alfabética, mas a coincidência do acaso é que esta foi a ordem cronológica das namoradas. - E todas puderam dizer que fui um marco na vida delas.
Denise não riu da gracinha de Marco. Era nobre colega demais pra ela, mas não podia reclamar. Marco era seu quinto namoro sério fora as tentativas frustradas, que eram pra lá de dezessete e os beijos de amostra grátis, que ela nem contava. Insistindo na sua pesquisa, perguntou:
- Alguma era bonita como eu?
Pergunta difícil. Denise era uma mulher bonita, sem dúvida, mas tirando Bárbara, que não condizia com o nome, as outras também eram. Seria arriscado responder que sim, pois ela interpretaria que ele ainda não as esqueceu e seria injusto dizer que não, pois elas não eram feias. Respondeu que cada uma tinha sua beleza e seu chamariz. Mais uma pergunta:
- Qual das minhas nobres colegas te fez mais feliz e como foi isso?
O interrogatório começava a ficar tenso. A falta de sensatez de Denise a saber de suas nobres colegas começava a incomodar Marco. Ele tergiversou, deu algumas voltas e disse que numa visão macro cada uma soube satisfazê-lo da melhor forma. Uma o surpreendia com declarações, outra cozinhava muito bem, uma outra era mais atenciosa e a outra era fogosa na cama, mas no placar geral, havia muito pouca diferença. Denise, pegou uma batatinha e deu na boca do namorado com outra pergunta:
- E na cama? Quem mais te levou à loucura?
Aí Marco cedeu. Disse que Bruna era a mais fogosa, mas que Cecília fazia coisas do arco da velha, sem entrar em detalhes. E que Camila tinha a maior bunda de todas.
Denise pediu a conta e deixou sua parte da comanda. Falar em tamanho de bunda para uma mulher sem muito a oferecer nesse quesito foi o fim. Ela se desligava do cargo de namorada. Suas nobres colegas recusaram-na nessa sabatina informal. E na história de Marco, em que cada uma foi mais em alguma coisa, Denise foi a do namoro mais curto. Uma hora e meia.
Seríamos sortudos? Na loteria da nascença, Poderíamos ser insetos de sete chances em dez E morrer enchinelados ou envenenados ao invés De guerras, males ou de humana desavença. Francisco Libânio, 11/02/10, 11:05 AM
Pinto um quadro com a Amada. Na tela Cores amenas compondo a paisagem, Verdes, azuis amarelos dão passagem Às formas que começo esboçar. Eis ela:
Olhos que, de tão escuros, são o contraste Com as frias cores que lhe estão por trás E cabelos que o imaginário vento desfaz Fazendo com que o cenário se desgaste
Primeiro pelos traços negros em tão clara Paisagem e depois pela linda presença Que a ofusca tombando folhas de inveja
Tamanho capricho meu em ilustrar tão cara Beleza dá vida àquela Amada e, por recompensa, Ela me olha, pisca e me convida “Me beija?”. Francisco Libânio, 07/02/10, 1:55 PM
É estranho ver todos aqueles homens (Há quem veja ali uma mulher também) Num festim de pão, vinho e intimidade E notar entre eles, discreto, um corrompido Que comeu, que bebeu e depois se arrependeu. É fantástica a serenidade do Homem do meio Que deu comida, bebida e deu sua paz Aos convidados. É revoltante a prisão, O julgamento injusto, a morte... E ver que há tantos anos antes de hoje Esse fato seria digno das páginas policiais. Francisco Libânio, 08/02/10, 8:29 AM
Já me ocorreu escrever algo idiota, Algo plena e absurdamente cretino, Que toda minha sandice se esgota E trocar o bom senso pelo desatino;
Já me ocorreu tomar esse tal escrito E publicar para ofender a inteligência Alheia e lê-lo alto do alto de um púlpito Excitando-me em ver fugir a audiência
Graças aos céus nunca me foi estanque Essa idéia. Ela vai voando por aí vil e vaga Até achar algum lugar que lhe dê guarida
Então é que me arrependo de sua partida, Pois ao se instalar, alguém lhe afaga, Desenvolve-a e eis que ela vira um funk.
Formavam um belo casal. Andavam pela rua de mãos dadas como dois namoradinhos adolescentes, mas já tinham lá uma boa idade. Ele contava com trinta e quatro anos e ela com vinte e nove. Namoravam há oito meses e tinham sérios planos de casar, morar juntos. Constituir família, que não tinham ainda, coisa rara nesses tempos em que casais se desmancham deixando pra trás filhos. Enfim, era um casal normal, um desses tantos que a gente vê na rua aos beijinhos e em conversinhas meigas e risos animados. Ou seja, essa crônica seria mais uma de tantas sobre as coisas que tanta gente vê e não escreve sequer uma linha.
Acontece que esse casal não era, digamos, um casal exatamente atraente. Ele era um sujeito farto de carnes, daqueles que o politicamente correto aconselha (com um advogado a tiracolo) a chamar de obeso mórbido. E além disso, era careca com uns bravos resistentes a povoar a cabeça, mas uma fartura capilar ao sul. E tinha o peito cabeludo e fazia questão de ostentá-lo com a gola da camisa aberta. O sorriso, esse tão aberto quanto a gola que lhe revelava a pilosidade peitoral, lembrava aquelas torres de castelo medievais. Mesmo assim não lhes bastavam os sorrisos. Eram muitos. Eles e o peito cabeludo (além da simpatia, claro) conquistaram a mulher, essa uma simpática morena trigueira que se orgulhava dos olhos de Juliana Paes que tinha. E realmente pareciam. Tanto que se orgulhava, depois de mulher, do apelido que tinha quando criança: Mantena. Ela leu em algum lugar que La Paes tinha o mesmo apelido. O corpo, por sua vez, não lembrava em nada sua ídola. Poupando as descrições pormenorizadas, vale dizer, somente, que ela não era o tipo de mulher que chamaria a atenção se vestisse um biquíni. O sorriso da moça, tão farto e fácil como o do amado namorado, revelava aquilo que os maldosos chamariam de 1001. E ela nem dava por isso. Como ele, ria assim mesmo.
Encontrei esse notório casal na fila do banco. Como a agência estava cheia e até nossas vezes chegarem íamos cozinhar, puxei papo. Achei interessantes os carinhos indiscretos, mas comportados deles. Apresentamo-nos, eles me contaram que iam tratar da conta conjunta e dos planos de casamento. O simpático casal gostava de falar. Ele sempre guiava a conversa com ela a acrescentar uma coisa ou outra. Discretamente, eu percebia que o casal chamava a atenção no banco e, talvez, eu também por dar tamanha confiança a pessoas tão fugidias do que se convencionou chamar de bonito. Era difícil não perceber as risadas, as conversas de rabo de olho e o olhar curioso dos que observavam nossa mini conferência.
Ele contou que já tinha passado dos trinta anos e que tinha consciência que não era o sonho de consumo das mulheres. Então resolveu tocar sua vida sozinho trabalhando com assistência eletrônica e informática, saindo com os amigos pra tomar chope e petiscar. Assim, sozinho, não abriria mão de um dos seus poucos prazeres: o teatro. Adorava ver peças. Numa dessas, encontrou aquela que seria o amor da sua vida. Sozinha, achegou-se à fila, perguntou se ela era a última e respondeu dizendo que ela não era mais, que esse posto agora era dele. Ela disse que achou engraçada a abordagem dele. Ambos disseram que não se tratava de paquera.
- Quando eu a vi, nem pensei em nada nem ninguém. Eu queria vir o teatro. Ela puxou conversa e eu fui gostando do jeito dela. – ele explicou. E ela adorou o jeito dele, brincalhão, extrovertido e sagaz. À peça, não assistiram juntos, mas marcaram de irem à da semana seguinte. E enquanto o outro sábado não chegava, foram trocando telefonemas, recados. Após à peça romântica que foram ver juntos, resolveram comer alguma coisa e ele a pediu em namoro quando soube que ela não tinha filhos:
- Eu pensei que ela fosse separada, tivesse filhos e um marido chato atrás. Não queria problema pra minha vida.
Chega a vez dos dois no caixa, eles resolvem tudo bem como eu e, ainda nos despedimos na saída do banco. Eu tomo meu rumo e eles o deles. A platéia que assistiu o papo ainda me olha de través. Agora o engraçado. Todos estavam sozinhos ou nem aí pras suas namoradas, esposas, o que fossem elas.
Toma-me num abraço em que as tuas mãos Façam-se em mil e percorram meus vãos, Meus cabelos e que me enlace tão completamente Que quando eu me vir assim por ti enlaçado Eu me sinta protegido, seguro, amado e quente E que me faça lembrar de ti mesmo longe do meu lado Quando faltarem as mãos que me fazem bem Porque eu já não saberei viver sem. Francisco Libânio, 03/02/10, 10:32 AM
Se te digo que te quero, armas baixas Tuas. As minhas, ponho-as vacilante Ao chão. Já desfraldei por ti as faixas Com minhas intenções. Agora, diante
De ti, dou viva voz ao que te foi escrito. Não te conto o quanto custou a crença No amor, este que já pensei ser infinito, Inviolável e infalível, mas que fez intensa
A dor no final, na violação e na falha Deste tal, mas nada tão forte que não valha Ir a ele outra vez em cauteloso passo.
Estou tentando. Vejo-te a razão do recomeço, Parceira a cultivar um amor com apreço Por isso, armas baixas ambos. Ao abraço! Francisco Libânio, 07/09/09, 12:05 AM
Amo as mulheres e suas belezas, Que vão além das protuberâncias Pontuais e provocadoras de ânsias Libidinosas e de suas mil destrezas
Nas horas íntimas. Amo as indefesas De aparência, mas que com elegâncias E persuasões tomam em breves instâncias O que querem como suas presas
De indefesas tornam-se predadoras Vorazes e certas do sucesso do assalto, De submissas alcançam logo nosso alto,
De meninas inocentes e, assim, encantadoras Tornam-se do que críamos debutantes Presto as mais perfeitas das amantes. Francisco Libânio, 09/09/09, 9:31 AM