quarta-feira, 30 de julho de 2014

1732 - Soneto da namorada mais nova

E o Al Pacino termina sendo cnhecido como papa-anjo ou a moça como oportunista.

A menina que parece filha, sobrinha,
Neta, até, em dizer mais maledicente
Nada disso é. A namorada reluzente,
Tanto ninfeta, dá um ar que não tinha,

Ou dá jovialidade. Claro, a amiguinha
Desperta falas, suspeitas dessa gente
Que estranha, mas ele fica indiferente
À conversa e aprecia em paz a gatinha.

Desconfia, claro, mas ela já o acalma.
No fim, ele se aceita dono dessa palma
Que é sua namorada que, mesmo nova,

Tem acompanhado sua vida sem briga.
Vive à parte do mundo teen e não liga.
Gosta dele e oferece isso como prova.

Francisco Libânio,
06/07/14, 3:36 PM

1731 - Soneto do namorado mais novo

Muito a aprender.

Esse menino que você apresenta
Como seu namorado até assusta.
Se a idade, acaso, não se ajusta
E se a diferença na cara aparenta,

O namoro além delas se sustenta,
Você, parecendo a mulher vetusta,
Ele, bebê rosado de face robusta,
Têm no diferir a paixão opulenta

E sincera. Você com ele aprende
E ele a ensina enquanto se rende
Ao charme maduro que é só seu.

E mais a diferença, quando juntos
Não atrapalha os demais assuntos,
É só número e isso se estabeleceu.

Francisco Libânio,
06/07/14, 1:33 PM

terça-feira, 29 de julho de 2014

1730 - Soneto da opinião alheia ao namoro

E o namorodo novo dela? Você viu?

Entre o moço e você uma diferença
Etária, seis anos ou oito anos ou dez
E essa diferença de tamanha agudez
Causa espécie e vem um, sem licença,

Fazendo graça, ele pensa que pensa,
E você lamenta o que tem de mudez
Injusta enquanto esse, de insensatez
Cheio, fala. A desviar da desavença,

Você dá de ombros, curte o menino,
O namoro está muito além do cretino
Que julga. O namoro está muito bem,

Obrigado. Já o rapaz da outra mesa,
Ataca com toda sua vazia aspereza
E você vê ele sozinho sem ninguém.

Francisco Libânio,
05/07/14, 7:58 PM

1729 - soneto do novo namorado

Era o que faltava!

Começa o namoro e esse tal moço
Parece ser boa praça, interessante,
Atencioso, amigo e é bom amante.
Pra melhorar, beija bem o pescoço,

Usa a língua e faz todo o alvoroço
Que o ex, aquele homem maçante,
Não fazia. E esse é bom o bastante
Para arrancar do peito esse caroço

Que foi a última relação, uma perda
De tempo, mas o rapaz novo herda
Toda uma terra devastada pelo ex.

E o enredo novo pede personagem,
Ele existe e é presente, é a imagem
Da qual se cobra o que não se fez.

Francisco Libânio,
05/07/14, 11:35 AM

segunda-feira, 28 de julho de 2014

1728 - soneto do noivado

Então, desde quando eu te conheci e blablablá, casa comigo?

É um jantar regado a romantismo,
Ele pede a atenção dela um minuto.
Faz pose, monta semblante arguto
E põe seu namoro como silogismo.

O começo, o meio e esse altruísmo
Mútuo, esse amor que, tão resoluto,
Só podia ter como fim o belo fruto
Que é essa noite. E tanto terrorismo

Afetivo, põe a namorada, apreensiva,
Numa torturante e terrível expectativa
Até ele oferecer com boa fé a aliança.

Um novo capítulo no relacionamento,
Tal condição a prenunciar casamento
Soa mais formalidade que confiança.

Francisco Libânio,
04/07/14, 10:15 PM

1727 - Soneto do pré-noivado

Antes que outro o faça!

Depois do namoro sério um palpite:
Acho que é essa a moça pra casar.
Aquilo que era achismo rudimentar
Virou certeza e rompeu todo limite.

Agora é pôr anel, que ela acredite
Nessa simbologia clara, elementar
E poética da aliança levar ao altar
Sendo da vida a dois um convite.

Mas se eles têm vida a dois agora,
O que mudará? Tudo! Só melhora!
Diz o lado bom da sua consciência.

O lado mal fala e ele sobre pondera,
Mas ser trocado enquanto ela espera
Assinala o sim ao anel na influência.

Francisco Libânio,
04/07/14, 12:21 PM

sexta-feira, 25 de julho de 2014

1726 - Soneto da briga quase terminal

Ponto final que vira vírgula

E surge um feio desentendimento,
Ela o acusa e chama de bandido,
Safado, como ele pôde ter traído,
Trocar amor por um só momento?

Ele ouve esse descontentamento
Ser desfiado sem ser interrompido.
No momento em que ele é ouvido,
Pergunta da traição o fundamento.

Uma foto. Ele de papo, dando asa
A uma fulana, o que dela extravasa
Esse ódio. Ele vê a foto e a analisa;

E esse tal rapaz na foto até parece,
É bonito e arrumado e o envaidece,
Mas não é ele. E tudo se ameniza.

Francisco Libânio,
04/07/14, 10:06 AM

1725 - Soneto da discussão de relação

É preciso repensar...

Em dia que o relacionamento vai bem,
Ela ama, ele ama, a coisa no conforme,
Eis que algo para diferir do uniforme
Tédio amoroso pinta quando ela vem

Sem paz no peito e querendo também
Tirar a paz dele e manda essa enorme
Aporrinhação acordando o que dorme,
Que é alguma casqueta que está além

Das lembranças Hora de rever namoro,
Debater posturas e impor novo decoro,
Pois ela escarafunchou um novo tema.

Ele se dispõe ao debate e, diplomático,
Avisa que não cederá ao tom dramático
Dela e que o debate é todo o problema.

Francisco Libânio,
03/07/14, 12:31 PM

quinta-feira, 24 de julho de 2014

1724 - Soneto do domingo na TV

Uma hora ela cansa e você leva cartão vermelho.

Ele quer ver futebol e ela o que for
Que não seja bola rolando. Que seja
Até o besteirol que domingo sobeja,
Mas ela preferia um programa melhor.

Um cinema a dois, até filme de horror,
Um passeio por aí, petisco e cerveja...
Tem mil ideias e seu namorado corteja,
Mas há entre ele e o futebol esse amor

Que parece valer a pena todo domingo.
Para a namorada não tem um respingo
De audiência. E hoje o time dele joga!

Ela, resignada, assiste com ele ao jogo.
Não sabe ele quanto ela arde em fogo
E se bobear, com outro ela o desafoga.

Francisco Libânio,
02/07/14, 7:53 PM

1723 - Soneto do domingo em casa

"Não deixa queimar, viu, meu amor?"

Domingo em casa, com a sua amada,
A moça que você namora e, pode ser,
Será sua esposa. Hoje é dia de comer,
E dar tanto de família à sua namorada,

Que com tal confiança bem se agrada.
Até propõe o papo de mulher a mulher
À futura sogra, que se esquiva. Render
Esse assunto, ela sabe, dará em nada.

Então a namorada junta o seu parceiro,
Agradece a confiança de se dar inteiro
A ela e quer retribuir e não sabe como.

Ele sugere um domingo a dois, o amor
Que ela chama e ele de sexo a melhor
Ideia. Ela o vence e o faz de mordomo.

Francisco Libânio,
02/07/14, 12:19 PM

quarta-feira, 23 de julho de 2014

1722 - Soneto do domingo na sogra

A velha sabe como chegar onde quer...

Almoçar na casa dos pais dele ou dela:
Caso novo e temerário a ser corriqueiro.
A família lá abre um coração prazenteiro
O futuro cônjuge, no fundo íntimo, gela.

Nada contra a família, louvor justo a ela.
Mas namora, casa e fica um ano inteiro,
Dois, três, todos, o domingo e o cheiro
Da macarronada, ele com ela já se atrela,

Indissociam, sogra pergunta para o seu
Intimidade do casal e aí que se percebeu
A armadilha que é pra ver se você serve

Para a cria deles. Aproveite esse almoço,
Seja simpático como ser melhor esboço
De par ideal, mas ser perder a boa verve.

Francisco Libânio,
01/07/14, 9:41 AM

1721 - Soneto do primeiro mês de namoro

"Vai com calma, Mozão! Aqui não é bagunça!"

Fecharam mês de namoro, a lua de mel
É visível e até dá pra pegar com a mão.
O casal chama um ao outro de “mozão”
Adiantaram, e bem, as bodas de papel.

Festejam com jantar, vinho e um motel,
Amam-se e ele quer boa comemoração.
Ela quer também, mas com moderação
Aos poucos vai se descortinando o véu.

O primeiro mês não deu o que ele queria,
Ele anuiu, relevou. Vai chegar o meu dia
E aí a confiança do mozão nele será tal

Que ele dará a ela todo seu sincero amor,
Jurando fidelidade, união eterna e louvor
Em troca da noite do esperado sexo anal.

Francisco Libânio,
30/06/14, 12:36 PM

terça-feira, 22 de julho de 2014

1720 - Soneto do irmãozinho do namorado

Duas crianças.

Namorado e irmão mais novo, maçada!
Ele adulto, trabalha, tem compromisso,
Até fala de casamento sem forçar isso,
Pensa em casa, em família, na esperada

Prole, mas o moleque, é alma atentada,
Curte futebol e adora armar um rebuliço,
Foto de mulher na Internet, é um maciço
Peralta com a malícia pra lá de atacada.

Ou é isso ou é video-game ou joguinho
On line, seriado, shopping ou um vinho
Contraventor com os amigos e a ânsia

De ser adulto e não o pivete adolescente.
O ruim é quando se veem e, de repente,
O irmão leva o namorado à sua infância.

Francisco Libânio,
28/06/14, 10:26 AM

1719 - Soneto da irmã da namorada

Fica difícil escolher...

A irmã dela é um doce de pessoa,
É educada, brincalhona e divertida.
Prestativa, é convidada ou convida
Para sair com ela e se for coisa boa

É a primeira que a ideia dá e entoa
Para todos irem. E é logo atendida.
Namorada ama a irmã e ela revida
Gostando de vocês. Ela já abençoa

O namoro e, escalada pra madrinha,
Escolhe nome do sobrinho, sobrinha,
Cachorro e o que mais for consultada.

E você observa e vê, já tarde demais:
A futura cunhada foi quando os pais
Capricharam mais que a namorada.

Francisco Libânio,
27/06/14, 12:48 PM

segunda-feira, 21 de julho de 2014

1718 - Soneto do casal antifutebol

E tem quem prefirar ver vinte dois caras com uma bola...

Dia de Copa e eles, na contramão,
Estavam nem aí pra Copa, Brasil,
Croácia, esse clima quase imbecil
Que endeusava a nossa Seleção.

Minoria, eles aceitavam a situação,
Mas era bem difícil evitar ser hostil
Ao dizer que contrapunha tal perfil
De pátria de chuteiras, a comoção

Com gol sofrido como o orgasmo
Do gol pró. O casal punha pasmo
Os pelo futebol tão apaixonados.

Pois, dia de Copa, o olho na bola
E enquanto a galera lá se bitola
O casal vive o dia dos namorados.

Francisco Libânio,
12/06/14, 8:19 PM

1717 - Soneto da namorada curiosa

E ele saiu perdendo.

Disse ela, em segredo de alcova,
Que amaria experimentar mulher.
E o sonho que todo homem quer
Se revelou nessa ideia que, nova,

Perdurou. E ele pedindo de prova
De amor a ela, exortando o prazer
Que seria os três ali a se entreter.
A proposta virou manifesto e trova,

Virou condição e quase ameaça.
A moça cedeu. Sua face devassa
Apareceu no ménage. Que triste

Para ele! Namorada quis a moça
E o deixou. Agora curtindo a fossa.
Na curiosidade o risco vive e existe.

Francisco Libânio,

12/06/14, 12:17 PM

terça-feira, 15 de julho de 2014

1716 - Soneto da namorada ansiosa

Ela ficou muito braba depois. Ah, ficou!

Ela queria saber qual era o presente
Que ia ganhar do seu amor-amado
No dia de amanhã. Tinha preparado,
Ela, da sua parte algo surpreendente

E ela queria também reciprocamente
Ser surpreendida com algum agrado
À altura dela, um jantar do namorado,
O dia todo a dois ou talvez, finalmente,

Sua promoção de namorada a esposa.
A véspera da moça foi aquela ansiosa
Nesse dia que rasteja e nunca galopa.

Chegado o dia, a moça teve surpresa.
Namorado fez conta e pesou despesa
E preferiu trocar pelo Brasil na Copa.

Francisco Libânio,
11/06/14, 7:31 PM

1715 - Soneto da namorada insaciável

Ela adora!

Se uma se preserva, a outra não se nega
Ao prazer e seu namorado usa essa sorte
Pra ter prazer também. Adepta do esporte
Da cama, no sexo, a moça é de tal entrega

Que ainda que se peça arrego, diga chega,
Ela não para. Ao contrário, quer mais forte,
E ele que, exaurido, arranje bom suporte
Porque, na cama, já o espera outra refrega.

E tome a namorada a curtir o bom do sexo,
Sem culpa, sem hipocrisia e sem complexo
Sendo tarada e fiel, moça de ótima conduta,

Discreta e dama na rua e pantera na cama,
Mas com o bom tapa a quem vem e chama
De pecadora, de perversa e mesmo de puta.

Francisco Libânio,
11/06/14, 12:12 PM

segunda-feira, 14 de julho de 2014

1714 - Soneto da namorada preservada

E decidido assim, assim fica.

Ela decidiu e você endossou. Assim,
O sexo entre vocês só na lua de mel.
A princípio, você pensou em ser infiel,
Mas a observou, o jeito, o manequim,

Concluiu que esse sacrifício vale, sim,
A mulher amada. Aí vai atrás do papel,
Da Igreja, providencia logo esse anel
Para que o desejo chegue logo ao fim.

Só que pressa ela não tem. Do namoro
Quer curtir cada momento e do decoro
Ela não abre mão. Isso não há debate.

Que tudo transcorra bem normalmente,
Só que ela provoca tanto e é insistente
No roçar que é tarefa hercúlea o empate.

Francisco Libânio,
10/06/14, 7:23 PM

1713 - Soneto da namorada hominha

e ninguém tem nada a ver com isso!

Dizem no casal ela é ele, ele é ela.
Eles confirmam sem ter vergonha
Pondo de lado a maldita peçonha
De quem os olha ou faz sentinela

Na vida do par. Ela é que desatrela
O casal de casos em que se sonha
Ser o homem quem faz. E, risonha,
Não deixa jamais de ser a donzela.

É feminina, é delicada, mas pneu
Ela quem troca, eletricidade é seu
Lazer e o namorado só agradece.

Ele é ela e ela é ele, pois que seja
Assim e que a arraia-miúda veja
Que nem tudo é com o que parece.

Francisco Libânio,
10/06/14, 12:27 PM

segunda-feira, 7 de julho de 2014

1712 - Soneto da namorada ultrarromântica

Quer romance? Aqui tem.

Romantismo não é ruim, ao contrário.
Ele adoça saudavelmente a relação
E, não negarei, reforça essa atração
Dando ao namoro amoroso cenário,

Mas aí a namorada o extraordinário
Procura, quer príncipe, quer emoção,
Quer prova de amor, demonstração
E o enlace vira verdadeiro calvário.

Romantismo é bom, mas errar dose
É querer destruir ou manter a pose
De namorados felizes e enganaria.

No mais, um tipo do mais ignorante
Ao saber que a outra quer bastante
Romance mandaria ir a uma livraria.

Francisco Libânio,
10/06/14, 9:33 AM

1711 - Soneto da namorada pegajosa

Sinistra e insuportável!

Como se achasse o príncipe encantado,
Ela quer ser a sua princesa apaixonada,
Mas cada beijo uma maçã envenenada
E cada sono um beijo que não foi dado.

E tome a averiguar amiga do namorado,
De onde ela veio, que faz, se namorada
É ou se é solteira. Solteira, já a olha irada,
Se comprometida que siga pro seu lado

E deixe o homem dela com ela em paz.
Além do ciúme, ela exagera no que faz,
Tem carinho, mas de doce em excesso

O namoro calórico não demora e enjoa.
O namorado até a vê como boa pessoa,
Mas já quer menos amor, menos apreço.

Francisco Libânio,
09/06/14, 7:38 PM

domingo, 6 de julho de 2014

1710 - Soneto dos namorados de times diferentes

Só nos domingos é que não tem namoro.

Ela é corintiana doente; ele santista
Assumido de bater cartão lá na Vila.
Nos dias de jogo, o desdém destila,
O carinho se suspende e, altruísta

Que era, lega algo tanto revanchista
Para a próxima partida. Amor oscila,
Até. Aquela paixão quase descarrila,
Mas no apito final, tudo se despista,

O futebol retorna ao segundo plano,
O amor do casal sobrepõe soberano
O azedume que provocou a situação.

Opostos se atraem, a Física e a Vida
Pregam e eles curam essa tal ferida
Futebolística, mas permite gozação.

Francisco Libânio,
09/06/14, 12:35 PM

1709 - Soneto da melhor amiga do namorado

Não se largam!

Aquela que até aceita o namoro,
Transige e felicita o seu moço;
Toma seu partido e faz esboço
De amizade e, às vezes, faz coro

Em sua defesa, mas, de desaforo,
Essa vaca também diz lá um troço,
Metendo seu indesejado pescoço
No namoro com conselho sonoro

E não pedido. Você até a suporta,
Mas ela repara na expressão torta
E aí que ela resolve dar seu pitaco.

Amiga de namorado a ser tratada
Como ser humano é puta maçada
Como ser puta é seu maior fraco.

Francisco Libânio,
02/06/14, 12:38 PM

sábado, 5 de julho de 2014

1708 - soneto do melhor amigo da namorada

Um irmão pra mim!

O melhor amigo do namorado, o irmão
Que ele não teve, companheiro da vida,
De escola e mesmo da putaria divertida
De outros tempos dá tipo a autorização

Para o namoro. E, conselheiro, o amigão
Exige do namorado certa contrapartida,
Tem dia do futebol, da farra, da bebida...
E, claro, tal amizade vale cada exceção.

O namorado da amizade não prescinde,
Parabéns à namorada por esse brinde,
Amigo que tem dia chato em que afeta

O namoro quando é entrão e dá palpite,
Resolve sair com o casal sem convite
E dá para a namorada olhada indiscreta.

Francisco Libânio,
30/05/14, 8:32 PM

1707 - Soneto do amigo gay da namorada

Gente boa, mas n]ao pisa na bola com a amiga dela.

O amigo gay da namorada, esse sujeito
De bom coração e que não é a ameaça
Para o enlace, é o alguém com tal graça
Que quer que o namoro tenha seu efeito

E seu sentido e que se mantenha perfeito
Sempre refazendo e aplicando argamassa
Quando o namoro perder a força e graça,
Ele dará o toque, fará o que deve ser feito,

Mas vá o namorado pisar na bola, arrumar
Encrenca ou meter uma vagaba no lugar.
Fazer isso é se meter em boa enrascada.

O amigo gay curte homem, mas homem é
Também e vai defender a amiga no banzé
E, preciso for, não vê mal em dar porrada.

Francisco Libânio,
30/05/14, 12:12 PM

1706 - Soneto da amiga gata da namorada

Amiga linda!

E quando o namoro está estabelecido,
Firmado e forte é quando nos aparece
Tal amiga gata que você não conhece
E linda que é deixa o tanto arrependido.

O amor, você tenta não o pôr corroído,
A namorada, se juntos, você a enaltece,
Elogia, beija, transa, mas não esquece...
Parece que a amiga ganha seu partido

E pra ela você é somente o namorado
Da amiga dela, e ela te vê com enfado
E ao te ver, sente pela boa amiga pena.

Você é mal ajambrado e parece escroto,
Você baba por ela e nem no mais remoto
Sonho você está. Bom para sua pequena.

Francisco Libânio,
29/05/14, 12:52 PM

1705 - Soneto da amiga feia da namorada

Seu namorado, hein? Se bobear, pego ele.

Namorada tem amiga com quem Deus
Não foi exatamente bondoso ou legal.
Pelo contrário, foi mau, foi muito mau
E sua cara afasta a deuses e romeus.

Ainda que tenha letras de bons liceus,
Seu rosto é estragado e o corpo é tal
Que é magro demais, reta como pau
Ou, como odeiam muitos, tem pneus

Que pode ser chamada de borracharia.
Mas é amiga do seu amor e faz alegria
Dela. Irmãs de cumplicidade que se vê

Poucas iguais, mas quando você repara,
A namorada não vê o que está na cara
Como essa moça dá em cima de você.

Francisco Libânio,
28/05/14, 12:29 PM

1704 - Soneto do namorado desavisado

Só tô vendo esses rela-rela aí.

Aquele amigo que sua namorada tem...
O cara é gente boa, seu braço direito,
Uma boa companhia, um bom sujeito
Que nunca fez mal a algo ou a alguém.

Mas amizade entre Gêneros, veja bem,
Nada contra, mas um dos lados é afeito
À putaria e se for, ele arrumará um jeito
Para usar dessa amizade e seguir além

Do papinho, identificação e preferência.
Vai querer usar de alguma confidência
Para, durante a fragilidade dar seu bote.

Que seja amigo, tudo bem, nada contra,
Mas quando se mete demais e encontra
Tempo pra ser sobra, vá carpir um lote.

Francisco Libânio,
23/05/14, 12:02 PM

1703 - Soneto do namoro na casa dela

Comportem-se aqui também!

Lá estão: casal e os pais da namorada.
O pai olha o futuro genro como um cão
Feroz. Sabe ele, que na menor distração,
Sua princesa será corrompida, violada,

Seduzida e, mais que queira isso, nada
Tira do pai que a culpa da má sedução
É desse moleque que, na boa educação,
Chegou em casa e agora quer a zoada.

O pai estuda todo possível movimento,
O namorado quer, mas o discernimento
De que ali nunca rolará é todo soberano.

A filha quer também, mas tem seu papel
De princesa a cumprir. Espera-se o motel
Para que a coisa corra debaixo do pano.

Francisco Libânio,
23/05/14, 10:28 AM

quarta-feira, 2 de julho de 2014

1702 - Soneto do namoro na casa dele

Comportem-se!

Ele recebe a namorada e seus pais
Conhecem a moça, aprovam-na e tal.
O pai a acha bonita, corpo escultural,
A mãe gosta, mas quer saber mais

Sobre ela, precaução não é demais,
O que fazem pai e mãe, família qual?
Saber se tem mão boa, dom maternal
Se, possível, antecedentes criminais...

A sabatina discreta a aprova e o voto
De confiança é dado. Tem um remoto
Pé atrás, mas o tempo o põe a frente,

Ou não. Quando dormem na casa dele,
A namorada sente o mal na própria pele
Quando a sogra acorda descontente.

Francisco Libânio,
22/05/14, 7:06 PM

1701 - Soneto do namoro e o irmão mais novo

Rápido antes que o pivete chegue!

O casal se encontra para namorar,
Dar uns beijos e, acaso aconteça,
Um sexinho. Nada há que impeça,
Mas um contratempo vai pipocar:

Saíram os pais e como se a cuidar
Da casa e a fim de evitar uma peça,
O cunhadinho fica. E enche à beça
Mesmo quieto, tipo a sala de jantar,

Castiçal a pôr luz e se quer o escuro,
O vazio, ausência além do mais puro
Espírito de paz para que haja o forfel

A dois. Mas esse moleque não se toca.
Deixa. Crescendo, haverá devida troca.
Cunhado mais velho vai lá na lua de mel.

Francisco Libânio,
22/05/14, 11:59 AM

terça-feira, 1 de julho de 2014

1700 - Soneto iluminado

Locke, Volteire, Rousseau e Diderot, luz pra todos!

Século das luzes, intelectualidade
Aflorando, gênios e pensadores
Destruindo os cristãos pendores
Introduzindo dose de racionalidade.

Tomba uma a uma cada verdade,
Eternizam-se os grandes criadores,
A Filosofia encontra dias melhores
O debate racional o palácio invade.

E tome Spinoza, Rosseau e Voltaire,
Agora uma verdade imposta requer
Prova. E sepulta-se o geocentrismo.

Viva Galileu, o Papa perde respeito,
A burguesia se cria, mas com efeito,
Dá azo para que venha o socialismo.

Francisco Libânio,
22/05/14, 10:10 AM

1699 - Soneto lutador

Mas a palavra pode não vir... E a derrota ser certa.

Sendo entre as lutas a luta
Mais vã, as palavras são
Apenas a demonstração
De como pode é poluta

Cada uma dela. A cicuta
Em sua maior condenação
Para quem ignora a poção
Do silêncio, como executa

Seu trabalho, mas prefere
A fala, a tal que muito fere
Quem domina o manuseio

Como quem usa imprudente
E quer lutar qual um valente,
É ele o que morre mais feio.

Francisco Libânio,
21/05/14, 7:07 PM