segunda-feira, 28 de outubro de 2013

1247 - Soneto do dia de todas as cores

O branco que trabalhava...

Diz-se segunda ser dia de branco.
Uma bobagem maior não foi dita,
Como se negro não tive a marmita
Fria e dia sem nenhum solavanco.

Olha-se o passado, vê-se o franco
Ócio do senhor enquanto a desdita
Do negro frente à jornada irrestrita
Com direito a tronco como a tranco.

Aí a segunda, o dia em que o suor
Substitui o dominical e doce sabor
Louva a casa grande e a senzala

Que só conhece segundas é nada!
Segunda é dia de começar jornada
E, fora a cor, com ela não se abala.

Francisco Libânio,
28/10/13, 8:28 AM

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