segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

1385 - Soneto aos pichadores de Drummond

Então, você enfia a lata de spray sabe bem onde!

Uma estátua, somente, em Copacabana
Ocupando um banco de ponto turístico,
Um negócio estranho, pouco urbanístico
Esse poeta observando quem lá flana.

Aí o cara, que é burguês, filho de bacana
Picha o poeta e não só o característico
Roubo de óculos. Precisa é ser artístico
No vandalismo, fazer baderna soberana

E sair no jornal. Olha só, pichei o poeta!
Fiz inveja na turma, atingi facinho a meta.
Fui filmado, mas ninguém vai me pegar.

Mas saber quem foi o Carlos Drummond,
Ler seus livros e ver quanto ele foi bom,
Ah, amigo? Ser culto? Isso nem pensar!

Francisco Libânio,
26/12/13, 3:55 PM

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