domingo, 24 de março de 2013

838 - Soneto pouco confiável

Não tem palavra, não abra a boca.

A palavra humana já teve mais valor,
O compromisso de homem teve dias
Melhores, mais cheios das fidalguias
E dizer e cumprir não merecia louvor

Porque era honra, era algo mui maior
Que fazer o prometido. Mas avarias
Morais e promessas mais que vazias
Transformaram a palavra e seu dador

Em meros falastrões e conversa fiada.
Quem fala e cumpre sua palavra dada
Surpreende e é menos pela confiança

Que sugere que pelo mero cumprimento.
Aí escrevo e se lê e cai no esquecimento,
Pois o poeta fala sem dar qualquer fiança.

Francisco Libânio,
24/03/13, 12:56 PM

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