sexta-feira, 22 de março de 2013

831 - Soneto com vontade

Já quis muito isso enquanto escrevia.

Pôr em versos uma coisa qualquer
É estranho. E quando não se tem
O que se escreve é que não vem
A ideia. A falta absoluta do poder,

Da posse, do talento e do prazer.
O poeta se estertora e viaja além
Dos versos e entrega-os ao bem
Próprio. Eles que irão se escrever.

O poeta tem certo desejo de algo,
Mas à fleuma, ele banca o fidalgo
E não tem o que quer ou escreve

Sobre o que quer ter. E carentes,
Poeta e poesia são entrementes
Vítimas do querer que os manteve.

Francisco Libânio,
22/03/13, 12:54 PM

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