domingo, 9 de março de 2014

1537 - Soneto do bicho-preguiça

Tão bom aqui...

Do alto da árvore, a preguiça
Só observa toda essa correria,
Bicho vindo, indo e todo dia
Aquela loucura pura e maciça,

Mas no alto, a loucura não atiça
A preguiça e sua boa calmaria
Deixa a ela a mais plena alforria
Não tendo inveja nem cobiça

De quem está lá embaixo. O chão
É duro e faz ser pior a sua tração,
A altura pede pouco movimento.

A preguiça quer mais um barranco
Pra morrer encostada, sem tranco
E nada mal se houver adiamento.

Francisco Libânio,
06/03/14, 12:28 PM

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