terça-feira, 12 de novembro de 2013

1279 - Soneto desanimado

Ô, moça, óia pra mim!

Quem além de mim, fã declarado
Da beleza que não se fotografa,
Da mulher que nunca se biografa
Porque ela não faz geral agrado,

Quem além de mim, degradado,
Vem em soneto e aqui desabafa
Que essa mulher causa a estafa
Por um beijo nunca me ter dado?

A mulher negra e gorda, a gata,
A deusa, a musa, a forma exata
Não lê meu soneto, nem adianta

Escrever, ela não vê que existo,
Mas, inspirado por ela, persisto,
Pode ser, um dia, ela se encanta.

Francisco Libânio,
10/11/13, 10:35 AM

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