segunda-feira, 4 de novembro de 2013

1263 - Soneto metódico

Não adianta nada...

Como se fosse obrigatório, ritual,
Acordava às seis e meia em ponto.
Ao relógio nunca havia desconto,
Cara lavada, café da manhã frugal,

Pão e leite. Exagerasse faria mal.
Às oito estava no trampo, pronto,
Engomado, listo para o confronto
Diário. Às seis, no rigor, punha final

Na jornada. Não tinha uma fresta
Para o desregramento, uma aresta
De improviso, ele já punha morta.

Foi tamanha a correição no porte,
Que seu coração, tido por forte,
Desobedeceu, rebentou uma aorta.

Francisco Libânio,
04/11/13, 12:00 PM

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