domingo, 10 de novembro de 2013

1274 - Soneto felinamente supersticioso

Eu dou azar? Ora, vá se...

Ser cruzado por um gato preto,
O sujeito já vê isso como azar,
Desconjura e se entrega a rezar
E usa todo e qualquer amuleto.

O gato, esse paga o panfleto
De ser agourento, de bruxear,
Se o veem, correm pra andar
Noutra calçada, passam reto.

Mas o gato, nem se incomoda,
Põe de lado a ignorância toda
Até o viés que soa até racista.

Prefere a vida dele, paz felina
E negra lamentando a má sina
Do homem que dele se dista.

Francisco Libânio,
08/11/13, 12:17 PM

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