Natureza morta dos tempos modernos.
Fotógrafo vê lá dada situação
E pensa “Que maravilhosa foto!”
Saca do celular no qual, devoto,
Se diz artista e rei da aplicação.
Fotografa, trata e põe a atração
No programinha com um moto
Pensado rápido e espera o voto
De quem vir a foto. A sensação
Do inédito obstrui todo o resto.
Programa, namoro. O imodesto
Artista fotografou o seu jantar.
A foto só recebe um comentário.
É a noiva a pondo fim no calvário
Que é, ao vivo, tudo isso aguentar.
Francisco Libânio,
16/04/14, 9:03 AM
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