terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

775 - Soneto que ama uma mulher diferenciada

E você, diria que não é?

E me dizem hoje, existem mulher e mulher.
Concordo. Opera-se o homem insatisfeito,
Arranca-lhe a anatomia, dá-se lá um jeito
E de homem que era, mulher passa a ser.

A natureza é desfeita, puritanos a tremer,
Mas à nova mulher assiste todo o direito
De ser feliz e de ter com ela o seu eleito
E de dar como receber o irrestrito prazer.

E quem curte a nova mulher, que não era,
Mas passou a ser? Aí é que se exaspera
O machão que, sem vagina, não lhe serve.

Mas agora ele, ou ela, tem. Está resolvido.
O machão fica agora totalmente aturdido
Tentando disfarçar sua mais íntima verve.

Francisco Libânio,
26/02/13, 5:04 PM

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