sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

763 - Soneto que ama uma mulher noveleira

Depois é a minha vez.

Às seis horas ela tem agenda ocupada,
Janta rapidinho e logo pega a das sete,
Chega o Jornal e nada ali lhe compete,
Mas é bom e ela estará toda preparada

Para a novela das nove. Perde por nada!
Quem a ama, como eu, não se intromete
Na hora nobre. Compromisso? Que vete!
Nem namorado vale mais para namorada

Que suas novelas. Fazer o quê? Ela gosta
E sabe da minha posição exata e oposta
A essa boba, mas irrefreável preferência.

Deixo-a lá. Saio de perto, vou passear, ler,
Zapear outra televisão ou coisa qualquer,
Na volta, ela me amará com sua excelência.

Francisco Libânio,
22/02/13, 11:46 AM

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