quarta-feira, 7 de maio de 2014

1652 - Soneto nojento

Cada um usa a nojeira que lhe apetece. Eu uso as que eu passo.

Se diarreia foi introduzida por Gullar
Na poesia, muito, fico eu, à vontade
Em colocar outra de igual fealdade
E incomum no lirismo, mas popular...

Introduzo a palavra vômito no trovar
E nesse momento noto a identidade,
Já que fora do papel minha realidade
É de um terrível e apoético mal-estar.

Não sei se o Gullar sofria de diarreia
Quando ele teve tão excêntrica ideia
E pôs o lado social n’A Bomba Suja,

Mas aqui o estômago deu inspiração,
A palavra abstrata e uma contribuição
Fática, o troço vomitado de lambuja.

Francisco Libânio,
24/04/14, 4:39 PM

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