terça-feira, 25 de dezembro de 2012

690 - Soneto quase maldito

Vejo uma dessas, me apaixono e adeus poemas fesceninos.

Leio Gregório e leio Mattoso,
Leio Bocage. Inspirado, tento
Cair pro lado mais besteirento,
Mais chulo e menos amoroso

O escopo original é prazeroso
Por que não seguir esse vento
Que afasta do bom sentimento
E vai atrás do prazer e do gozo?

Porque minha barca até segue
Tal alísio, mas mais navegue
Acha no caminho uma sereia

E ao invés de ir até ela e foder
Prefere apaixonar e se envolver
Não importa o quão ela é feia.

Francisco Libânio,
25/12/12, 6:12 PM

Nenhum comentário: