terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

1773 - Soneto para a porta

A porta estava a guarnecer a casa.
Todos ali confiavam, e muito, nela.
E ela dizia: Verifiquem cada janela
Pois vai que por uma delas defasa

Cuidado e um safado vem e arrasa.
Qual minha serventia e a da tramela
Se com outros flancos não se zela?
Enquanto tudo, mandava-se brasa

Numa janela. Bem já avisara a porta.
Mas a dificuldade do mister o aborta
E a caterva desesperada já empurra

A porta. Sem sucesso. A barulheira
Atrai a patrulha a cessar essa zoeira.
Sábia porta! E ainda a dizem burra.

Francisco Libânio,
19/08/14, 9: 23 AM

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