sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

715 - Soneto avário

Figura meramente ilustrativa

Mas não há pior, mais feia sordidez
Que a maquiavélica maldade vestida
De boa-ação com a bondade fingida
Acobertando a mais pura desfaçatez.

Modalidade diferente, com cupidez,
Tal avareza nem mais é repreendida,
De tão comum no dia-a-dia, na vida
Que o pulha a se fazer santo da vez

Vira santo mesmo. Sua má intenção
É eclipsada pela crescente adoração
E quem sofre o mal ainda agradece.

Este avaro paga o mal com dito bem,
Não é pecado se beneficia alguém,
E ainda ganha do ferrado uma prece.

Francisco Libânio,
11/01/13, 1:11 PM

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