segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Soneto que madrugou
Edvard Munch - Manhã
Acordou entre estrelas o poeta,
A cama lhe bebeu o sono antes
Que o sol chegasse e os cantantes
Passarinhos oferecessem uma opereta
Tomou suas idéias e uma caneta,
Fez quatro versos soltos e adiante
Esculpiu formas de dois amantes
Que não se amaram. Era a vendeta
Perfeita contra o poeta. A aurora,
Surpreendida, espreitava a poesia
Que nascia do poeta que, acordado
De antanho, colocava de si pra fora
O sonho que tivera e que no papel se fazia
Espectro de um amor não alcançado.
Francisco Libânio
23/10/07
6:40 AM
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