sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
São Paulo
Da janela vejo teu céu cinzento
Vejo teus carros frenéticos
Respiro teu ar de cimento
E sinto teus ventos morféticos
Há uma flor em cada coração
Dos que em ti moram
E de ti tem proteção
A caridade voa com o vento
Ao alto dos edifícios
Na terra, o medo e o tormento
Dos que sonham, apesar da vida difícil
Há um charme em tuas avenidas
Em teus museus e teus cinemas
Em teus largos e tuas subidas
Tu que és mote de poemas,
De músicas e de novelas
Tens mil faces a mostrar
E são todas muito belas
Seja a do executivo a voar
Nos teus céus de brigadeiro
Seja a do pobre da favela
Que sofre o tempo inteiro
Seja a da moça do Paisandu
Que vende o corpo a dinheiro
Seja a do nordestino trabalhando
Na obra civil te fazendo crescer
Todos são tu, São Paulo
Que em ti vêem o Eldorado
E vem para enriquecer
Nas tuas nuvens de sonho e concreto
Onde muitos vêem no errado o correto
Onde há jogos todo santo domingo
Onde há verde apenas ao lado
Da Barra Funda, no Palestra
Donde surge o alviverde imponente
Menos apenas que no Ibirapuera
Que anima o coração da gente
Do interior que ansiosa espera
Um dia poder voltar
E eu que nasci em teu chão
E nem tempo tive de me apresentar
Estou longe, com medo de ti
Tenho vontade de te visitar
Terra que amo de paixão
E que temo as tuas surpresas
Some o medo à primeira esquina
Que na entrada logo fascina
Pois tantas são as belezas
Quase todas urbanas
Quase todas de pedra
Impressiona que nesta selva de pedra
Ainda haja criaturas humanas
Francisco Libânio
17/02/01
5:15 AM
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