segunda-feira, 14 de março de 2011

O Dia da Poesia


Não que eu ache certo esse negócio de dia da poesia. No meu entender, poesia, mãe, pai, criança, tudo não pode ter um dia só, mas todos. Mas já que hoje é dado o Dia da Poesia, este eterno aprendiz de poeta, não podia se furtar de dar algumas palavras. O dia catorze de março foi eleito como tal por ser aniversário de Castro Alves, um dos grandes nomes da poesia brasileira e expoente máximo do romantismo chamado “condoreiro”. A poesia de Alves é grandiloquente e nasceu pra ser declamada às praças, às multidões. O poeta foi bem escolhido para representar a poesia brasileira. Podia ser outro, a discussão se abre, mas temos o consenso de hoje como dia oficial da poesia.
O que não quer dizer, claro, que só por hoje é que se deva tomar um livro de poesia e ler, pesquisar na Internet qualquer verso para recitar, inventar um sarau especialíssimo em homenagem ao dia. Poesia, bem como literatura, faz bem ao espírito. Se há quem diga que apenas poesia é literatura fiada, coisa de pouco valor, digo que ela é a porta de entrada para a literatura mais sisuda. Não há quem na vida não tivesse recitado, ao menos um versinho.
Por essas, fica o conselho de que se celebre o Dia da Poesia com um versinho que seja, um batatinha-quando-nasce como este que escreve já ouviu por aí, mas que seja um começo. Recite sua batatinha, mas procure algo mais. Quando encontrar algum autor que lhe apeteça, leia outro verso do mesmo e mais outro. Conhecida alguma coisa da obra, apresente-a a um amigo, confronte, sugira, aceite sugestões. Encha a alma de poesia e poderá dizer que o Dia da Poesia fez brotar em si um leitor, artigo raro, e um admirador, outro tão caro aos poetas. Aí, o dia terá valido a pena.

Francisco Libânio,
14/03/11, 4;55 PM

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