segunda-feira, 26 de novembro de 2012

645 - Soneto persistente

Não sai nada! E esse pombo ainda me aduba...


O grande problema, quando escrevo,
É sempre o maldito próximo verso.
Vem um negócio demais perverso,
Uma necessidade de dar um enlevo

Maior ao verso, de fazer um relevo
Considerável. Penso: Como exerço
Mal esse negócio! Me ponho imerso
Na poesia e aí escrevo e me atrevo

Ao próximo verso. Uma bela bosta!
Ao próximo! Vai que ele se gosta...
E fico na boba e eterna esperança.

E aí custo a acreditar que o poeta,
Eu, na frase de animadora faceta
Que “Quem acredita sempre alcança”

Francisco Libânio,
26/11/12, 9:02 PM

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