quarta-feira, 14 de novembro de 2012

608 - Soneto embevecido

Coisa boa...


Era como se o mundo perdesse sentido,
Mas, na real, quem perdeu sentido fui eu
O mundo apenas apagou ou se absorveu
E eu estava lá como se estivesse cozido.

O estranho era que se o mundo tinha ido
Embora, todo resto deveria estar um breu,
Um absoluto nada, mas não aconteceu.
O que havia era um diversificado colorido,

Uma sensação de vida, um troço pulsante
Que dava ânimo e disposição o bastante
Pra curtir feliz o estranho e indizível torpor

E estar deitado, de olhos fechados, vendo
O teto, sentindo algo esvaindo, escorrendo
Trouxe de volta. Louvava o feminino fator.

Francisco Libânio,
14/11/12, 8:20 PM

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