domingo, 4 de novembro de 2012

578 - Soneto despudorado

E se o mundo fosse assim, qual o problema?

Mas se a nudez gratuita é atentatória,
Que se diz daquela nudez provocante?
Da que é pensada, às vezes, aviltante?
Da descabida, por vezes exploratória?

Uma praia de nudismo, tão simplória,
Agride e pede repressão moralizante
Dos hipócritas, que sofrem bastante
E bem por isso ficam criando história.

O poeta, que não é ingênuo e menos
Ainda puritano e sucumbe a venenos
De uma nudez, falar sobre despudor?

Fala e pode falar. A maldade é pessoal,
O corpo é belo, mas o pecado capital
Se agrava com o recalque e fica pior.

Francisco Libânio,
04/11/12, 6:39 PM

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