sábado, 24 de novembro de 2012

639 - Soneto extravagante

O pote de ouro ao final do arco-íris.


Uma mulher que pinta seu cabelo
De azul, roxo, verde e vermelho;
Usa nos pés um tênis tanto velho,
Camiseta laranja e shorts amarelo

É estranha. Poderia haver um elo
Entre nós? No que me assemelho
Com uma que já choca o espelho?
Traça-se entre nós algum paralelo?

Há um estranhamento, que é claro,
Mas depois da conversa e do faro
Atrás de empatias algo nos surge,

Ela me rouba um beijinho discreto,
Extravagância oculta por completo
A timidez, mas agora o desejo urge.

Francisco Libânio,
24/11/12, 8:20 PM

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