quinta-feira, 14 de agosto de 2014

1745 - Soneto do namoro aos holofotes

Aproveita que ela tá olhando e me beija. Ela vai espalhar e eu preciso mostrar que tô namorando e feliz!

Precisava de alguém, fez concorrência,
Licitou o coração, a solidão pegava mal.
O povo dizia por aí que isso não é legal.
Ouviu o povo ao invés da Consciência.

Namorar não precisava, mas a audiência,
A necessidade de mostrar o feliz ideal
Fez com que pegasse o primeiro bagual
E nomeou “namorado!”. Sem a decência

De perguntar se ele queria. Ele o quis
Menos pela namorada, mais pelo ardis
E frutos que dá em namorar a popular

Pessoa. Limpa a barra com o arredor,
Até curte o namoro, afinal seria pior:
Rumores valerem mais que fatos. Azar.

Francisco Libânio,
22/04/14, 12:49 PM

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