quinta-feira, 7 de agosto de 2014

1740 - Soneto dos namorados que não parecem

E rola uma química aí.

Estão juntos, conversam, riem. Quem diz
Que eles namoram é tratado na galhofa.
Eles brigam, ela muito teoriza e filosofa
E ele rebate tudo. Cada vírgula contradiz,

Teima, usa contra ela todos seus ardis.
Ela cai na armadilha. Aí doura e estofa
Sua argumentação. Há quem ache fofa
Essa convivência bélica. Um chamariz

Para essa briga e até um bom disfarce...
A discussão, o embate e até a catarse
Entre os dois afasta haver uma relação.

Que assim pensem e seja essa a ideia.
O namoro não quer ter torcida, plateia.
Que torçam quando houver discussão.

Francisco Libânio,
17/07/14, 1:20 PM

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