quarta-feira, 3 de outubro de 2012

488 - Soneto de certeza

Só sei que nada sei, dizia Sócrates.


De todas as certezas só uma
Ganha meu crédito completo:
A de que a certeza sem veto
Ou dúvida fácil, fácil se esfuma

Assim, digo certo, em suma,
O certo só é certo no repleto
Quando posto à prova direto
Ou caso questão se presuma

E, sendo relevante, for trazida
Ao debate e também dirimida
A fim que a certeza se fortaleça

Chame-me, pois, de dialético,
Mas o certo sacro e hermético
Esvazia a reflexão e a engessa.

Francisco Libânio,
03/10/12, 12:33 PM

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