
Quem tem o hábito de ler esse blogue percebeu que o Poeta adora sonetos. Isso é fato. Desde que li, nos tempos de colegial, uma coletânea de Camões, percebi que, sim, eu podia ser poeta também (não genial como o português) e que a forma legal pra isso seriam os sonetos. Desde lá, entre um poema e outro, os sonetos se multiplicaram. Também tomei gosto por sonetistas. E aí entrou gente do calibre de Vinicius de Moraes, Augusto dos Anjos, Bocage e Florbela Espanca. Uma tendência ao clássico e ao rebuscado como se nota. E assim, fui levando minha vida poética.
Recentemente, comprei o livro As Mil e Uma Línguas do Glauco Mattoso, um poeta sobre o qual eu já tinha ouvido falar e de quem eu já tinha lido alguma coisa aqui e ali, mas sem me chamar a atenção como os supracitados. No entanto, ao lê-lo, fui começando a ver uma sujeira que nunca encontraria nos clássicos. Foi o que me deixou inspirado. Mais que a tal sujeira, também vi que o poeta não se furta a escrever sobre temas cotidianos, situações apoéticas, algumas um tanto grosseiras. Sobre tal temática o próprio poeta faz questão de explicar – em sonetos – e de defendê-la como a se dar ao direito. Está certo. Nem todo soneto precisa ser camoniano ou viniciano. A dita poesia marginal de Glauco Mattoso, que tem em seu blogue todos os 4000 sonetos, merece destaque. Se não dos críticos mais conservadores que abominam palavrões, cenas tórridas, alusões à pederastia, a tal sujeira, que venha de um poeta nem marginal nem célebre, mas que anonimamente sempre se deu à criação de sonetos por gosto e que assimilou essa nova forma de escrever. Forma mais livre, menos apegado a sentimentalismos e mais uma forma de soltar palavras. A sujeira na poesia fica lírica e tem valor.
Será que com esse novo gás chegarei eu a quatro mil sonetos? Não sei. Nunca me dei ao trabalho de contar quantos sonetos já escrevi por minha vida, mas acredito que mesclando o refinamento dos clássicos e o bruto do poeta marginal, pelo menos mais de dez sonetos virão. Que sejam bem vindos. Quem não copia e se inspira sempre contribui. E espero dar minha contribuição com esse novo viés de poesia que passei a admirar e me deu um novo rumo sem abandonar os outros.
Francisco Libânio,
01/05/11, 10:40 PM
PS – Poderão pipocar nesse blogue poemas que venho chamando de Mattosianas. Tais poemas serão classificados como exercícios. Espero que quem os ler goste deles.
Será que com esse novo gás chegarei eu a quatro mil sonetos? Não sei. Nunca me dei ao trabalho de contar quantos sonetos já escrevi por minha vida, mas acredito que mesclando o refinamento dos clássicos e o bruto do poeta marginal, pelo menos mais de dez sonetos virão. Que sejam bem vindos. Quem não copia e se inspira sempre contribui. E espero dar minha contribuição com esse novo viés de poesia que passei a admirar e me deu um novo rumo sem abandonar os outros.
Francisco Libânio,
01/05/11, 10:40 PM
PS – Poderão pipocar nesse blogue poemas que venho chamando de Mattosianas. Tais poemas serão classificados como exercícios. Espero que quem os ler goste deles.
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