quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Duelo


A página em branco me desfia, me insulta
E chama às vias a criatividade sonolenta,
Mas, mesmo assim, boa de briga e culta
E que desafiada põe tudo ao chão e enfrenta.

O que vem depois é uma luta sangrenta
Em que a folha em branco instiga e ausculta
A fraqueza da criatividade que inventa
Uma rima a ferir a oponente. O que resulta

Desse embate são lutadoras cansadas,
Uma por ter sido exigida em rimas improváveis,
Outra marcada por cicatrizes permanentes

A folha, ferida pelas letras em si marcadas,
Cumprimenta a vencedora de mãos hábeis
Se arrependendo pelas palavras insolentes.

Francisco Libânio,
12/01/11, 11:37 AM

Um comentário:

Emilene Lopes disse...

Este duelo é um fato, Francisco, o poeta sempre o terá...
Belo duelo!

Bjs

Mila