sexta-feira, 1 de maio de 2015

1860 - Soneto fechado

Não se admitirá aqui um conselho,
Uma dica, nada. Não meta a colher
Nesse soneto. Deixe-me o escrever.
Ouvir demais e eu me destrambelho.

O silêncio, então, é o maior aparelho
Para que flua o soneto e esse lazer,
De rimar, de experimentar, de torcer
E de, numa sacada, tirar um coelho

Da cartola é algo assim inenarrável!
Então, estar comigo e incomunicável
Não é antipatia, mas a necessidade

Breve para uma convivência intensa
Com o poema, mas não se dispensa
Um recreio para que se faça maldade.

Francisco Libânio,
27/04/15, 11:02 AM

Nenhum comentário: