Não se admitirá aqui um conselho,
Uma dica, nada. Não meta a colher
Nesse soneto. Deixe-me o escrever.
Ouvir demais e eu me destrambelho.
O silêncio, então, é o maior aparelho
Para que flua o soneto e esse lazer,
De rimar, de experimentar, de torcer
E de, numa sacada, tirar um coelho
Da cartola é algo assim inenarrável!
Então, estar comigo e incomunicável
Não é antipatia, mas a necessidade
Breve para uma convivência intensa
Com o poema, mas não se dispensa
Um recreio para que se faça maldade.
Francisco Libânio,
27/04/15, 11:02 AM
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