terça-feira, 5 de maio de 2015

1865 - Soneto de (falta de) trabalho

Feriado do dia do trabalho e o poeta,
Desempregado e o sendo de graça,
Sem receber e sem ter quem o faça
Pagar por ser poeta, apenas enceta

Um soneto com a única e boba meta
De termina-lo. Com a cabeça escassa,
O humor ruim e lembrando da massa,
Que, como ele, não trabalha e vegeta,

Mas que diferente dele não soneteia,
O poeta se revolta e esse não floreia,
Evita palavrão, evita gratuita agressão.

Ele sabe que sobram talento e vontade,
Sabe como é cruel e triste a sociedade,
Para quê ser duro ao sonetear então?

Francisco Libânio,
01/05/15, 9:55 AM

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