terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quando eu me morrer de amores


Extraído de http://farm4.static.flickr.com/3093/3212714940_1dda6f7b5c_o.jpg


Quando eu me morrer de amores,
Que seja a morte natural, das que visitam
(As procuradas, em geral, são estúpidas
E aos que amam são péssimas companhias),
E que mandem à Amada todas as flores
Ofertadas em minha homenagem. Elas necessitam
Não de chorar mortes, mas celebrar vidas.
Eu acabei, mas a Amada terá todos os dias
Ainda para viver. Nada de flores em meu jazigo!
Estarei nelas e a Amada estará comigo.

Francisco Libânio,
24/06/09, 2:00 PM

Um comentário:

Nós disse...

Esse poema me veio o 'Soneto da Infidelidade' na voz de Maria Bethânia.

"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama,

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."