Extraído de http://e.imagehost.org/0394/RIO_1.jpg
Eu só estive no Rio duas vezes e numa delas cheguei a conhecer o centro antigo da cidade. Lugares interessantes como a Rua da Alfândega, por exemplo. A coincidência de topar gente trajando roupas de época (atores em um filme) me deixou ainda mais dentro de um livro de Machado de Assis.
Devo dizer que adoro Machado. Foi o primeiro dos grandes autores brasileiros que eu conheci ao ler o Dom Casmurro. Não conheci a rua Matacavalos, a lendária casa da família do Bentinho, mas ao ler o velho escritor do Cosme Velho sempre sinto uma saudade de algo que nunca vi. Um Rio de Janeiro estranho como é estranha a cidade pra mim tanto a atual com as praias, as periguetes, as funqueiras, as balas perdidas, a Barra como aquela dos homens de fraque e mulheres de olhos de cigana dissimulada. São coisas que o velho Machado faz: Passear por uma cidade que não se conhece e não se viveu com uma familiaridade típica dos nossos bairros, das vendas de nossas ruas.
O Rio antigo de Machado vive a cada página sua. Quem morreu foi o Rio, morto junto com aquele lirismo literário e delicioso. Problema? Para os saudosos, talvez ou certamente. Para os que não conheceram este Rio e nem se preocupam com isso, não há problema. Mas não se atrase com esta leitura. O próximo bonde está pra passar, mas ele não irá para Matacavalos, mas ele te parecerá bem mais divertido que minhas reminiscências não vividas.
Francisco Libânio,
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