terça-feira, 13 de janeiro de 2015

1769 - Soneto para o criado-mudo

Baixinho, ao lado da cama,
O criado-mudo é mordomo
Nesse modestíssimo domo
Que é meu quarto. A gama

De serventias já o conclama
A braço direito e eu o tomo
Como tal. Ao lado, embromo,
Abro gavetas e se esparrama

A tranqueirada que ele guarda.
Objeto os quais a salvaguarda
Não teria melhor. O impasse

Seria, se por mera leviandade,
De mudo, da minha intimidade
Esse baixinho atrevido falasse.

Francisco Libânio,
16/08/14, 1:20 PM

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