segunda-feira, 31 de maio de 2010

Uma voz


Uma voz fala baixo quando meu desespero
Toma conta de mim, mas ela não é ouvida.
Sem se transtornar, ela se cala com a devida
Paciência e sapiência. Calada, com esmero,

Ela ouve sem falar, fica quietinha, escondida
Enquanto eu, atribulado, choro e vocifero
Até que me canso e ela, num ato sincero
E sábio, toma a palavra em minha alma doída

E fala branda, confortante igual a uma brisa,
Enche-me de ânimo e mostra o que há de bom
Na vida além de apontar no horizonte uma bonita

Paisagem. É ela quem me fala clara e precisa
E se apresenta à minha vista e em tímido som:
“Sou Deus, deixa-me cuidar da tua alma aflita!”

Francisco Libânio,
28/05/10, 8:19 PM


Foto extraída de http://shannondavidwooten.files.wordpress.com/2009/04/prayerarms-open-to-sky.jpg

Um comentário:

Emilene Lopes disse...

Lindo soneto, bastante profundo.
Deus sem nos dá livrio liberdade.
Bjs
Mila