sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pra quando chegares


Eu não colocaria coroas de flores na porta de casa nem uma faixa pra dizer o quanto estou feliz em te ver de novo. Porque as coroas de flores me cheiram despedidas e as faixas parecem publicidade, seja comercial seja política. E meu peito não precisa soar como patrocinadores nem como apoios com intenções espúrias.

Eu não diria que estava com saudade nem recitaria um versinho. A saudade existia até eu saber que virias e o versinho poderia soar piegas ainda que fosse um soneto de Vinicius. Além do mais, tudo o que devia ser escrito sobre amor já foi. Eu não saberia ser novo, não saberia ter o impacto necessário pra deixar o momento mais especial.

Por isso, estarei à porta de casa de mãos nuas, boca fechada, mas coração cheio. Quando eu te vir virando a esquina, apenas curtirei a curtíssima eternidade que nos separa até o beijo que selará a tua volta. Como foi ontem e como será amanhã. Mais um dia acabou e outro dia virá.

E amanhã estarei com as mesmas dúvidas sobre como te receber bem e o que fazer pra quando chegares.


Francisco Libânio,

13/08/10, 9:36 PM


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