quarta-feira, 21 de outubro de 2009
A alma das poesias é a mão do poeta
Extraído de http://amadeo.blog.com/repository/306019/2672386.jpg
A alma das poesias é a mão do poeta,
Mas o poeta, ao dar a elas uma vida,
Perde um pouco da sua. Uma vez lida,
A poesia prescinde dele e decreta
Sua existência autônoma e concreta.
Ela existe e toma sua a alma abstraída
De quem a escreveu para, em seguida,
Tornar sua existência válida e completa.
Assim quem a lê gosta dela e se inspira;
Se puder, cria uma, a filha dessa poesia,
Seguindo-se essa estranha genealogia.
O poeta, pai da primeira, não se admira
Com a filha que lhe roubou a alma em parte,
Mas cria outras e com elas se reparte.
Francisco Libânio,
21/10/09, 10:58 PM
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