domingo, 28 de setembro de 2008
Soneto do ócio
Assim, ao léu, em deriva absoluta,
Nem os versos me são visitas.
Quando são, colho-os como pepitas
Espalhadas como rocha bruta
Lapidá-las cansa, amarro-os com fitas
Frouxas. Perco-as quando não há permuta
Delas por comida refinada ou uma fruta
Frugal, mas não as faço palavras escritas
Se fui poeta, esqueci-me completamente,
Hoje sou um desocupado, um mero ocioso
A quem não ocorre nenhuma lembrança
E o verso que nasce aqui alcança
A vida contra o poeta e, vitorioso,
Fez do ócio aliado que era oponente.
Francisco Libânio
03/08/08
11:41 PM
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