quarta-feira, 12 de março de 2008

A pródiga


E agora retornas, mas por que agora
Que meu coração é frio e deserto
E tens parte nisso com teu enxerto
De metal nesta alma que chora

Por que vens? Não ris de mim, é certo,
Mas teu silêncio em minha dor se escora
E tua simpatia com ela tanto colabora
Que, por pior que sejas, te quero perto.

Por que és comigo? Qual tua serventia
Para meu peito do bem maior assaltado
Ainda que tentes trazer a ele a alegria?

Mas se estás comigo em algo hás de ajudar.
Foste a doença que matou o que era amado
Por mim. Agora deves ser o que vai me curar.

Francisco Libânio
05/03/08
7:51 PM

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