quinta-feira, 29 de novembro de 2012

652 - Soneto do coito interrompido

Amor, vou atender o celular, tá? Já venho.


No melhor momento, um momento pior
Se sobrepõe. Para tudo repentinamente!
O prazer que espere, logo se apresente
E siga de onde parou e o faça como for!

No melhor momento, precisava se opor
Um problema? A intimidade se ressente,
Como um empecilho trava a hora quente
Em que trocávamos nus tesão e calor?

Sexo não tem pausa. Parou, se perdeu!
Voltar não adianta, não se vai ao apogeu
De onde se estava, não é uma escalada.

Parou, caiu, rolou junto com a avalanche.
O jeito é se refazer daquele desmanche
E correr sem pausa atrás daquela gozada.

Francisco Libânio,
29/11/12, 12:07 PM

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