sábado, 17 de novembro de 2012

617 - Soneto defenestrado

Não basta ser defenestrado, tem que ser jogado pela janela.


Estava eu sentado, tranquilo na praça
Quando se deu o estranhíssimo caso.
Na paz de Deus, eu admirava o ocaso
Do sol, quando algo ao lado trespassa

O céu verticalmente e o chão abraça!
O negócio acontecia sem qualquer azo,
Caiu do segundo andar, um puta arraso!
Ao caído, não demora, e vem a massa

Curiosa. Breve inconsciência e logo bem
O caído se põe. Um pergunta o que tem
E ele logo o responde: Fui defenestrado!

Uma ao lado, impossível despercebê-la:
Defenestrado e ainda é jogado da janela!
Quanta violência contra o pobre coitado!

Francisco Libânio,
17/11/12, 6:54 PM

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