Sonetear, um pouco, é esculpir.
Pega-se um novo soneto e, azado
Seu feitio, colhe e escolhe a dedo
O palavreado e esculpe o enredo.
E este soneto vai sendo formado.
O poeta, com tal lazer prendado,
Ora o faz como se fura rochedo
Atrás de ouro ora qual brinquedo
Trata o feitio de tão acostumado.
Mas uma vez com o papel ferido
Pelo soneto, perde todo sentido
Desistir. Escreva-se, pois, a rodo
Faça-se, então, verdadeiro entrudo,
Pois ou se salva nada ou fica tudo.
O soneto existirá a qualquer modo.
Francisco Libânio,
12/04/13, 5:42 PM
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