terça-feira, 16 de outubro de 2012

520 - Soneto do soneto político

Se quer falar, tenha o que falar.


Abordar, como se num palanque,
As desditosas agruras políticas
Exige do sonetista ideias críticas,
E uma postura séria de arranque;

Tomá-la duro, fazer que banque
Seu argumento, fugir das dísticas
Alternações nem ter por místicas
As ideias. É bom que se manque:

Homem algum é divino e ideia
Não há absoluta. A assembleia,
Se ler o soneto e tomá-lo assim,

É viciada, não saca de poesia
E de política. A cabeça vazia
Levará todos ao mesmo fim.

Francisco Libânio,
16/10/12, 12:33 PM

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