Pelo menos tá pago. E os seus carnês atrasados da Mercedes?
Usam o fato do outro ser pobre
Como defeito, como algo a punir.
Usam seu elitismo para se sentir
Superiores. Veem um quê nobre
Em ter uma casa e em ter cobre
No banco, ouro excessivo a luzir,
O carro do ano fazendo impingir
O mal. Que o bem fútil soçobre,
Que o ouro se revele a imitação,
Que o carro bata e deixe na mão
E que a casa esteja paga. Será?
O soneto talhado no fino marfim,
Como a ostentação, acha seu fim
E o vexame da miséria se revelará.
Francisco Libânio,
09/04/14, 7:02 PM
Nenhum comentário:
Postar um comentário