terça-feira, 13 de maio de 2014

1663 - Soneto desprestigiado

Augusto dos Anjos também não ficou rico sendo poeta. e era melhor que eu.

E se meus versos forem, somente,
Lazer de poeta sem algum retorno
Financeiro, afetivo, o troço morno
Que mal é lido e se deixa contente

Quem lê é porque, qualitativamente
Não achou melhor? Há o transtorno
Poético-pessoal. Há coisa no forno
Esperando ser conhecido pela gente

Das leituras. Claro, não sou Vinicius,
Tenho contra a métrica meus vícios
E volta e meia enfio uma grosseria.

Se for lazer de poeta, permito-o ser,
Pois se escrever não der um prazer
Mínimo, que se revogue toda poesia.

Francisco Libânio,
30/04/14, 12:04 PM

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